Timor-Leste enfrenta aumento de casos de Covid-19 e dengue

14 de Fevereiro 2022

Timor-Leste registou na última semana, até domingo, dois mortos e quase 1.230 infeções do SARS-CoV-2, perto de 6% dos casos registados no país desde o início da pandemia, segundo o boletim epidemiológico semanal.

As duas mortes, a mais recente das quais no domingo, elevam para 124 o total de óbitos registados desde o início da pandemia. Foram os primeiros óbitos desde novembro.

Dos 124 mortos, 91,9% eram pessoas sem a vacinação completa e 8,1% tinham recebido as duas doses da vacina, segundo o boletim. Os dois óbitos mais recentes foram de pessoas que não tinham a vacinação completa.

Os dados, que confirmaram o impacto da terceira vaga da Covid-19 no país, destacam igualmente o aumento das hospitalizações, mais 23 na última semana, com pelo menos três em estado grave.

Timor-Leste, que está ao mesmo tempo a responder a um surto de dengue que já causou a morte de 30 crianças desde 01 de janeiro, vive o seu pior momento da pandemia desde setembro do ano passado.

Na última semana ouve registos de novos casos em praticamente todo o país, à exceção dos municípios de Ermera, Lautem e Viqueque, sendo que Díli representou praticamente metade de todas as novas infeções detetadas.

“A variante Omicron foi detetada em pessoas que vivem na comunidade em Timor-Leste, sem história de viagens internacionais recentes. A proporção de testes positivos aumentou. Timor-Leste entrou na sua terceira vaga da pandemia Covid-19”, recorda o boletim

“A prevalência na comunidade no concelho de Díli é muito elevada, e os números de casos começam a aumentar também noutros municípios. Houve um pequeno número de casos graves. As elevadas taxas de vacinação estão a ajudar a garantir que a maioria dos casos seja leve”, explica.

A taxa de incidência aumentou para 13.3 por 100 mil habitantes, sendo de 44.5 em Díli, com a taxa de positividade (casos detetados versus testes) a ser de 32,2%, acima dos 13,1% da semana anterior.

Desde o inicio da pandemia Timor-Leste registou 21.631 casos de infeção.

Especialistas ouvidos pela Lusa indicam que esta taxa de positividade elevada indica que o número real de casos ativos na comunidade é “muito mais elevado”, mas que há muitas pessoas com sintomas ligeiros ou assintomáticas que não se estão a testar.

Na última semana foram administradas em Timor-Leste cerca de 5.000 doses da vacina, sendo que 72% da população com mais de 12 anos já recebeu pelo menos a primeira dose e 60,6% recebe duas doses. Apenas cerca de 8.000 receberam o reforço.

“Para pessoas vacinadas, a variante Ómicron geralmente causa sintomas mais suaves do que a variante Delta. Algumas pessoas continuarão a ficar muito doentes, especialmente as pessoas que não estão vacinadas. E se se espalhar rapidamente pela comunidade, pode levar a uma pressão significativa no sistema de saúde”, explica.

O boletim é preparado por equipas do Pilar 3 do Ministério da Saúde timorense, em conjunto com a ‘task-force’ para Prevenção e Mitigação da Covid-19 e o Instituto Nacional de Saúde do país.

Conta ainda com especialistas da Organização Mundial de Saúde, das Equipas de Apoio Médico Australiano (AusMAT), da Menzies School of Health Research, do Northern Territory Centre for Disease Control e do Como Consortium.

LUSA/HN

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