Wall Street fecha em alta graças aos números do emprego e apostas defensivas

2 de Abril 2022

A bolsa nova-iorquina terminou hoje em alta, com os investidores satisfeitos com os números do emprego nos EUA e a apostarem nos valores considerados defensivos, menos dependentes dos ciclos da economia.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 0,40%, para os 34.818,27 pontos, o tecnológico Nasdaq avançou 0,29%, para as 14.261,49 unidades, e o alargado S&P500 valorizou 0,34%, para as 4.545,86.

A praça nova-iorquina tinha sido lançada em alta antes da abertura, graças à divulgação do relatório mensal sobre o emprego, que apresentou uma criação de 431 mil postos de trabalho em março.

Se o número foi inferior às expectativas, ao serem esperados 490 mil, foi não obstante bem acolhido, tanto mais que os dados de janeiro e fevereiro foram revistos em alta, com mais 95 mil empregos.

A taxa de desemprego foi de 3,6%, melhor do que esperado, uma vez que analistas antecipavam uma de 3,8%, situando-se praticamente ao nível anterior à pandemia, quando estava em 3,5%.

Este relatório “vai reforçar a determinação da Reserva Federal (Fed) em controlar a inflação e aumentar a probabilidade de uma subida de meio ponto (percentual, 50 pontos-base) durante a reunião de maio”, comentou, em nota analítica, Kathy Bostjancic, da Oxford Economics.

Sinal de que os investidores estão a antecipar um endurecimento acelerado da política monetária da Fed, mas também a recear as suas consequências sobre o crescimento económico, o rendimento dos títulos de dívida pública a dois anos superou o dos ‘papéis’ a 10 anos.

Este fenómeno, designado inversão da curva de rendimentos, é considerado um aviso de recessão, a ocorrer a mais de um ano. O afastamento entre as duas taxas é agora o mais elevado desde há 15 anos.

Para Matthew Weller, responsável pela investigação na plataforma de corretagem Forex.com, ao reforçar a probabilidade de um endurecimento monetário, o relatório sobre o emprego levou à realização de ganhos envolvendo os ativos mais arriscados, antes do fim de semana.

Desde logo, os ditos valores de crescimento, sensíveis ao ambiente das taxas de juro, desceram alguns patamares, como o produtor de placas gráficas Nvidia (-2,10%) ou de semicondutores Qualcomm (-3,81%) e Intel (-2,93%).

Dada a incerteza geopolítica e económica, “é preciso ser mais prudente agora do que em qualquer momento nos últimos dois anos”, considerou Chris Zaccarelli, da Independent Advisor Alliance, o que justifica o interesse por empresas “de grande qualidade, com balanços sólidos”.

Hoje, os valores defensivos, considerados como menos sensíveis aos ciclos económicos, estiveram em alta. Exemplos são os casos de empresas dos bens de consumo, como Coca-Cola (+1,40%) ou PepsiCo (+1,42%), da farmácia, como Merck (+1,79%), ou dos operadores de cabo, como a Comcast, que ganhou 1,88%).

Jay Hatfield, da ICAP, antecipou que os índices devem passar a evoluir em margens apertadas, como hoje, até à época de apresentação de resultados, que começa em meados de abril, a qual, na sua expectativa, deve marcar o início de um novo élan entre os investidores.

As ações das empresas chinesas cotadas em Wall Street estiveram hoje a subir, graças a informações avançadas pela agência Bloomberg, segundo as quais os dirigentes chineses iam permitir o acesso de auditores estrangeiros às suas contas.

O regulador bolsista dos EUA (SEC, na sigla em Inglês) tinha prevenido estas empresas que, em caso de recusa de certificação de contas por um gabinete aprovado, poderiam ser irradiadas do mercado em 2024.

Em consequência, os conglomerados chineses do comércio eletrónico exaram com ganhos: Alibaba (1,29%), Pinduoduo (6,33%) e JD.com (2,11%).

LUSA/HN

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