Este montante, acordado durante a conferência de doadores do mecanismo internacional Covax, vai permitir prestar um apoio urgente à entrega de vacinas a países de baixo rendimento e pagar os custos das doações de doses.
“Em termos simples, até derrotarmos a covid-19 em todo o lado, não o derrotaremos em lado nenhum”, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, na abertura da conferência de doadores.
O chefe do Governo alemão, que na quinta-feira não conseguiu obter uma votação sobre a vacinação obrigatória para pessoas com mais de 60 anos, salientou que a pandemia estava “longe de ter terminado”.
No final da conferência ‘online’, organizada pela Alemanha, Senegal e Indonésia, os governos dos países desenvolvidos prometeram um total de 3,8 mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) em ajuda.
Pela sua parte, os bancos de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial e o Banco Europeu de Investimento, deverão contribuir com mais mil milhões de dólares (919 mil milhões de euros), disse a ministra alemã do Desenvolvimento, Svenja Schulze.
“Congratulamo-nos com esta incrível demonstração de solidariedade global de tantas partes interessadas, numa altura em que o mundo enfrenta múltiplos desafios e agradecemos a todos os que participaram – particularmente aos nossos coorganizadores, por ajudarem a galvanizar o apoio internacional”, disse o presidente do conselho de administração da Aliança Global de Vacinas (Gavi), José Manuel Barroso.
Barroso acrescentou que “esta pandemia ainda não acabou” e que “enquanto as lacunas na cobertura permanecerem, continuará a causar estragos a indivíduos, comunidades, e às economias”.
“Alcançar a equidade é a chave para quebrar a covid agora”, frisou.
Em média, 42% das pessoas nos 92 países pobres da Gavi receberam a sua principal vacina contra a covid-19, em comparação com 58% em todo o mundo.
O sistema internacional Covax disse em janeiro que precisava de 5,2 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros) para financiar doses de soro para 2022.
O Covax foi criado antes do advento das vacinas contra a covid-19, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Gavi, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Coligação para Inovações na Preparação para Epidemias (Cepi).
O mecanismo estima poder salvar um milhão de vidas este ano e reduzir para metade o custo económico da pandemia em alguns países e diz ter acesso a doses suficientes para vacinar cerca de 45% da população em países que beneficiam das vacinas doadas.
Mas o objetivo da OMS até julho é de ter 70% da população de cada país vacinada. Este é um objetivo ambicioso, quando 85% da população em África ainda nem sequer recebeu uma dose de soro anti-covid-19.
Ao ritmo atual, 109 países falharão o alvo, de acordo com a OMS.
Além da distribuição desigual das vacinas, muitos países não dispõem das infraestruturas necessárias para conduzir uma campanha de imunização eficaz.
NR/HN/LUSA
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