PCP apresenta projeto que reduz para 35 horas o trabalho máximo semanal

27 de Abril 2022

O Grupo Parlamentar do PCP apresentou esta quarta-feira um projeto-lei para reduzir para 35 o número máximo de horas de trabalho semanais para todos os trabalhadores, de modo a haver paridade entre os setores público e privado.

Num diploma que foi hoje entregue na Assembleia da República, os comunistas propõem-se alterar a legislação laboral de modo que o período de trabalho não possa exceder as sete horas por dia e as 35 horas por semana.

O PCP sustenta que a redução para 35 do número de horas de trabalho semanais, que já é uma realidade para os funcionários da administração pública, abrangeria 400 mil trabalhadores, sem prejuízo da produtividade.

“Em simultâneo cada trabalhador faria menos 240 horas de trabalho por ano”, acrescentam os comunistas, argumentando que esta alteração aproximaria trabalhadores do público e do privado em matéria de direitos laborais.

O projeto-lei também trava a hipótese de a redução do horário de trabalho ser acompanhada da “redução do nível remuneratório para os trabalhadores ou qualquer alteração desfavorável das condições de trabalho”.

“Como resultado da luta dos trabalhadores tem sido reduzido o horário de trabalho em muitas empresas do setor privado, incluindo com a fixação do horário máximo semanal das 35 horas, mas falta ainda o estabelecimento geral para os trabalhadores que ainda não o têm”, refere o partido.

O projeto-lei faz parte de um pacote de cinco diplomas com alterações à legislação laboral, o assunto escolhido para a declaração política de hoje da bancada comunista.

Um outro projeto-lei propõe como medidas de combate à precariedade a “revogação do aumento do período experimental para 180 dias” para trabalhadores à procura do primeiro emprego e desempregado de longa duração, a revogação dos contratos especiais de muito curta duração, a redução do número de renovações de contratos a termo certo para o máximo de duas, e a redução da duração dos contratos a termo incerto para o máximo de três anos.

O PCP apresentou outro diploma para limitar, por exemplo, a “cedência ilícita” de um trabalhador. Nesse sentido, o projeto-lei prevê anular um contrato “celebrado entre empresas de trabalho temporário ou entre uma empresa de trabalho temporário e uma de prestação de serviços, pelo qual uma cede à outra um trabalhador, ainda que por cedência de posição contratual, para que seja posteriormente cedido a terceiro”.

O diploma também propõe que os contratos de trabalho temporário apenas sejam celebrados em “situações em que ocorram necessidades temporárias”, que têm de ser devidamente justificadas, não podendo exceder “a duração da causa justificativa” ou o limite de seis meses.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

LIVRE questiona Primeiro-Ministro sobre a privatização do Serviço Nacional de Saúde

Durante o debate quinzenal na Assembleia da República, a deputada do LIVRE, Isabel Mendes Lopes, dirigiu questões ao Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, relativamente a declarações proferidas pelo diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra d’Almeida, esta manhã, em Atenas, num evento da Organização Mundial de Saúde.

Julian Perelman analisa desafios e prioridades do sistema de saúde português”

O economista Julian Perelman, destacou, na apresentação do Relatório do Observatório da Fundação Nacional de Saúde, a necessidade de regressar aos fundamentos do sistema de saúde, focando-se na integração de cuidados e no alinhamento do financiamento com os objetivos de saúde pública.

Ana Paula Gato defende fortalecimento dos centros de saúde no SNS

Ana Paula Gato, enfermeira e professora coordenadora na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, apresentou  uma análise detalhada do Relatório do Observatório da Fundação Nacional de Saúde, numa iniciativa realizada no Auditório João Lobo Antunes da Faculdade de Medicina de Lisboa. A sua intervenção focou-se na importância dos centros de saúde como pilar fundamental do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e na necessidade de reforçar os cuidados de proximidade.

MAIS LIDAS

Share This