“Estamos em 2022 e não existia até agora em Portugal uma sociedade de natureza científica que se ocupasse dos assuntos da saúde pública em termos globais e foi assim que um grupo de fundadores decidiu hoje mesmo criar a Sociedade Portuguesa de Saúde Pública”, revelou à agência Lusa o médico Francisco George, que faz parte do grupo fundador da SPSP.
Do grupo de 30 fundadores, fazem parte, entre outros, a pneumologista Raquel Duarte, os epidemiologistas Baltazar Nunes e Andreia Leite, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, Fernando Almeida, o professor jubilado em Saúde Pública Constantino Sakellarides, o psiquiatra Daniel Sampaio, o médico Rui Portugal, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Henrique Barros, e a ex-bastonária da Ordem dos Farmacêuticos Ana Paula Martins.
Questionado pela Lusa se a constituição da SPSP teve como base a pandemia da Covid-19 e a possibilidade de aparecerem novas doenças como a hepatite aguda de origem desconhecida que está a afetar crianças, Francisco George afirmou que “essa é a perspetiva”.
A este propósito, revelou que há uma secção na Sociedade Portuguesa de Saúde Pública que se ocupará especialmente das novas emergências no contexto das doenças de natureza viral ou outras e esta é um assunto que está já na agenda.
Mas salientou que o objetivo da SPSP é, “antes de tudo, colaborar com instituições nacionais, bem como no contexto da União Europeia para a emissão de pareceres científicos, bem como constituir grupos de trabalho para abordagem de temas específicos de interesse para a saúde das populações”.
O ex-diretor-geral da Saúde explicou que a SPSP organizar-se-á por secções, umas dedicadas à epidemiologia, outras ao ambiente, outras ainda à administração, à legislação e às emergências.
“Uma das tarefas principais vai ser analisar, olhando para trás, aquilo que se passou em termos de pandemia de Covid-19 e avaliar na perspetiva científica aquilo que foi feito em termos de prevenção e controlo”, revelou.
A SPSP é constituída por médicos especialistas, enfermeiros, economistas e gestores, farmacêuticos, veterinários, técnicos superiores de saúde ambiental, engenheiros do ambiente e sanitaristas, nutricionistas, psicólogos, epidemiologistas, matemáticos, educadores, juristas, administradores hospitalares, entre outros.
Francisco George referiu que a Saúde Pública envolve “um conjunto de áreas de saber” que podem contribuir “na construção de um saber próprio em saúde pública, que se pretende cada vez mais afinar e que todos os portugueses agora reconhecem como essencial no contexto das políticas públicas em Portugal”.
A SPSS realizará a 07 de junho uma Assembleia Geral Constituinte, na perspetiva de desenvolver iniciativas na área da saúde pública, de organizar e apoiar a realização de congressos e reuniões científicas.
“Há também a preocupação em colaborar com outras associações afins que já existem e algumas delas há muito tempo, como a Associação dos Médicos de Saúde Pública, a Associação de Promoção da Saúde e outras, mas também a nível internacional manter laços de cooperação com organismos e entidades afins”, salientou.
LUSA/HN
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