“Todos os casos confirmados são de homens entre os 26 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos”, refere a DGS em comunicado, adiantando que os doentes se mantêm em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis e em ambulatório.
Segundo a autoridade de saúde, a maioria das infeções foram notificadas em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve.
Os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), refere a DGS, adiantando que está a aguardar resultados laboratoriais relativamente a outras amostras.
“Estão em curso os inquéritos epidemiológicos dos casos suspeitos que vão sendo detetados, com o objetivo de identificar cadeias de transmissão, potenciais novos casos, respetivos contactos e ainda eventuais locais de exposição”, sublinha.
O microbiologista do INSA João Paulo Gomes disse na terça-feira à agência Lusa que o vírus Monkeypox em circulação em vários países, incluindo Portugal, onde não é endémico, pertence a uma linhagem menos agressiva, com origem na África Ocidental.
Trata-se da forma menos severa do vírus”, afirmou o investigador, onde a equipa que dirige sequenciou o genoma do Monkeypox na origem do recente surto, tornando Portugal o primeiro país a fazê-lo.
Há uma segunda linhagem do Monkeypox, da África Central, onde também é endémico, que é mais agressiva.
João Paulo Gomes referiu que “potencialmente trata-se de uma introdução única” do vírus, importada, “que originou cadeias de transmissão que depois se foram disseminando por vários países”.
O investigador considera que “não há motivo para preocupação”, mas, “acima de tudo, motivo para atuar, bloquear as cadeias de transmissão, para fazer uma vigilância forte e despistar rapidamente todos os casos suspeitos”.
A DGS aconselha as pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, a procurar aconselhamento médico.
“Reforçam-se as medidas a implementar perante sintomas suspeitos, devendo os indivíduos abster-se de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas”, acrescenta.
A DGS continua a acompanhar a situação a nível nacional em articulação com as instituições europeias.
A vacina contra a varíola, assim como antivirais e a imunoglobulina ‘vaccinia’ (VIG), podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox, uma doença rara.
Fora da Europa, o vírus já foi detetado nomeadamente nos Estados Unidos, Israel, Canadá e Austrália.
A doença, que tem o nome do vírus, foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, depois de o vírus ter sido detetado em 1958 no seguimento de dois surtos de uma doença semelhante à varíola que ocorreram em colónias de macacos mantidos em cativeiro para investigação – daí o nome “Monkeypox” (“monkey” significa macaco e “pox” varíola).
LUSA/HN
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