“O que está a acontecer relativamente ao nosso Serviço Nacional de Saúde não decorre de nenhum condicionamento financeiro que lhe tenha sido imposto, pelo contrário”, declarou o ministro das Finanças, Fernando Medina, aos jornalistas portugueses à entrada para a reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.
De acordo com Fernando Medina, “o que está hoje colocado não é um problema financeiro”, mas antes “um problema nesta área específica de escassez de médicos a trabalhar na área pública [obstetrícia e ginecologia], num momento especial de conjuntura, de fins de semana, de dificuldade em organizar esses serviços, mas com uma dimensão mais estrutural, que tem a ver com a carência de efetivos”.
“Se reparar na apresentação que fizemos do Orçamento [do Estado] para 2022 no Serviço Nacional de Saúde, tem um esforço muito significativo, de 700 milhões euros relativamente a este ano, e ainda concluímos no Governo um conjunto de medidas […] e assim continuaremos a fazer na base do que é necessário”, sublinhou.
Numa altura em que muitos hospitais são obrigados a fechar temporariamente as urgências de ginecologia e obstetrícia, Fernando Medina adiantou que estas são áreas com “profissionais numa idade mais avançada”, mas também com “uma percentagem importante de profissionais que exclusivamente trabalham no setor privado e não no setor público”.
“Não é um constrangimento [financeiro] e, se fosse que fosse essa a dimensão e a natureza desse problema, seria certamente a parte mais fácil de ser resolvida”, concluiu.
Nos últimos dias têm-se sucedido encerramentos das urgências de ginecologia e obstetrícia um pouco por todo o país, por dificuldades em assegurar escalas de profissionais.
A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou um “plano de contingência” até setembro para fazer face ao problema que se vive no setor e a criação de uma comissão para acompanhar a resposta das urgências de ginecologia e obstetrícia e bloco de partos dos hospitais, integrando coordenadores regionais e um nacional.
NR/HN/LUSA
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