Covid-19: Ocupação hospitalar com tendência decrescente

18 de Junho 2022

O número de pessoas internadas em enfermaria e em cuidados intensivos por covid-19 apresenta uma tendência decrescente, refere o relatório sobre a evolução da pandemia, que prevê uma diminuição da pressão sobre os serviços de saúde.

“O impacto nos internamentos apresenta uma inversão da tendência, pelo que é expectável a manutenção da diminuição da procura de cuidados de saúde”, avança o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) hoje divulgado.

De acordo com a DGS e o INSA, regista-se agora uma tendência decrescente da ocupação hospitalar por casos de covid-19, com 1.896 internados na segunda-feira, o que representa menos 5% em relação ao mesmo dia da semana anterior.

Estavam nas unidades de cuidados intensivos (UCI) 98 doentes, que correspondiam a 34,8% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, valor mais baixo do que os 42,4% registados no anterior relatório.

Segundo o documento, os hospitais do Norte e do Alentejo são os que apresentam maior ocupação em UCI, 55% e 45% respetivamente, enquanto as restantes regiões se “encontram ainda distantes dos seus níveis de alerta”.

Quanto à mortalidade específica por covid-19, estava nos 53,7 mortes em 14 dias por um milhão de habitantes, mas com um abrandamento da tendência crescente, apesar de ainda bastante superior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).

“A mortalidade por todas as causas encontra-se acima do esperado para a época do ano, indicando um excesso moderado de mortalidade por todas as causas, em parte associado à mortalidade específica por covid-19”, adiantam a DGS e o INSA.

O documento sublinha ainda que, entre 01 e 30 de abril, as pessoas com idade igual ou superior a 50 anos com um esquema vacinal completo “parecem apresentar um risco de internamento semelhante ao das pessoas sem um esquema vacinal completo”.

“Esta evidência vem reforçar a recomendação de dose de reforço nos grupos etários mais velhos”, salienta o documento, que avança também que, na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduz o risco de morte por covid-19 em três vezes em relação a quem tem o esquema vacinal completo e em seis vezes em relação aos não vacinados ou com esquema incompleto.

Perante estes indicadores, o relatório refere que a epidemia de covid-19 mantém uma incidência muito elevada, embora com tendência decrescente, aconselhando “fortemente o reforço das medidas de proteção individual e vacinação de reforço, assim como da sua comunicação frequente à população”.

NR/HN/LUSA

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