Estudo refere que vacinas RNA mensageiro são seguras para as grávidas

12 de Agosto 2022

As vacinas RNA mensageiro contra a Covid-19, como as da Pfizer ou da Moderna, são seguras para administração em grávidas, refere um estudo publicado esta quinta-feira na revista The Lancet.

A investigação, realizada pela Rede Canadiana de Segurança de Vacinas (CANVAS), é uma das primeiras a examinar os efeitos colaterais em grávidas vacinadas e a compará-los com os de mulheres gestantes não vacinadas e ainda em mulheres não grávidas imunizadas.

Os especialistas analisaram as respostas aos questionários distribuídos às participantes de sete províncias e territórios canadianos, entre dezembro de 2020 e novembro de 2021.

Todas as mulheres vacinadas detalharam nas suas respostas a presença de alguma problema de saúde, quando este ocorreu, durante os sete dias após a administração de cada dose da vacina contra a Covid-19.

Ao grupo de controlo de grávidas não vacinadas, também foi solicitado o relato de qualquer problema de saúde detetado durante os sete dias anteriores à receção do questionário.

No total, 191.360 gestantes, entre os 15 e os 49 anos, completaram o estudo sobre o estado de saúde após a primeira dose, enquanto 94.937 completaram o trabalho sobre a segunda dose.

Com estes dados, os especialistas descobriram que, sete dias após a segunda dose, 7,3% das grávidas sofriam problemas de saúde que as obrigavam a faltar ao trabalho ou à escola e necessitavam de atendimento médico para dores de cabeça, fadiga e mal-estar geral, em comparação com 11,3% de mulheres não grávidas mas que receberam a vacina.

Os investigadores também descobriram que 3,2% das mulheres grávidas não vacinadas relataram problemas de saúde semelhantes aos citados numa determinada semana, sugerindo que alguns dos efeitos observados em mulheres grávidas vacinadas podem não estar relacionados às vacinas de DNA mensageiro.

Outra das conclusões é que não há diferenças significativas nas taxas de problemas de saúde mais graves em nenhum dos grupos analisados.

“No início das campanhas de vacinação contra a Covid-19, a adesão era baixa entre as mulheres grávidas devido a preocupações com a disponibilidade de dados e segurança da vacina”, apontou o principal autor do estudo, Manish Sadarangani, em comunicado.

O especialista, do Hospital Infantil da Colúmbia Britânica, referiu também que há ainda “uma adesão abaixo da média entre as mulheres não grávidas em idade reprodutiva”.

Para o investigador, estes trabalhos são importantes para entender quais as “taxas de efeitos adversos” que afetam as grávidas após as diferentes fases de vacinação.

“Esta informação deve ser utilizada para explicar às mulheres grávidas os efeitos colaterais que podem experimentar nos sete dias após a vacinação”, enfatizou Sadarangani.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras nas urgências

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) avançou esta sexta-feira que a esmagadora maioria dos médicos que faz urgência já atingiu as 150 horas extraordinárias obrigatórias, reclamando “respostas rápidas”, porque “já pouco falta para o verão” e as urgências continuam caóticas.

Ordem convida URIPSSA e URMA para debater situação dos enfermeiros das IPSS

A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE) formalizou esta semana um convite no sentido de requerer uma reunião conjunta entre a Ordem dos Enfermeiros, a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores e a União Regional das Misericórdias dos Açores.

SIM diz que protocolo negocial com tutela será assinado em maio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou esta sexta-feira que o protocolo para iniciar as negociações com o Governo será assinado em maio, esperando que ainda este ano se concretize um calendário de melhoria das condições de trabalho dos médicos.

Victor Ramos: SNS precisa de uma “equipa de pilotagem”

O Serviço Nacional de Saúde precisa de um órgão de coordenação técnica e estratégica que não se confunda com a equipa política, defende o anterior presidente da Fundação para a Saúde, Victor Ramos. Trata-se de uma equipa de pilotagem de um serviço extremamente complexo, “muito necessária para evitar os ziguezagues, sobretudo descontinuidades e perdas de memória”.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights