As partes também concordaram em aprofundar a cooperação em áreas como comunicações por satélite, informou o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times.
“A cooperação entre a China e a América Latina continuou a expandir-se num número crescente de áreas, apesar de fatores externos como a pandemia da covid-19 e as tentativas dos Estados Unidos de minar os laços”, lê-se no jornal.
Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, disse hoje que a China “quer melhorar e expandir ainda mais a cooperação prática com os países latino-americanos”, em áreas que vão “desde da garantia conjunta de segurança alimentar, ao acesso mútuo a mercados de produtos agropecuários e de pesca”.
“Nos últimos anos, a cooperação entre a China e a América Latina produziu resultados frutíferos”, acrescentou Mao, destacando o memorando de entendimento assinado durante o Fórum Virtual de Inovação Científica e Tecnológica China-CELAC, realizado na semana passada.
Durante este fórum, os dois lados concordaram em aprofundar ainda mais a cooperação nas áreas energia limpa, tecnologia digital, ciência e tecnologia agrícola ou comunicações por satélite, segundo a porta-voz.
O país asiático alimenta quase 19 por cento da população mundial com apenas 8,5% das terras aráveis do mundo. Em comparação, o Brasil, por exemplo, tem quase 7% das terras aráveis para 2,7% da população mundial. Estes números tornam a segurança alimentar numa questão prioritária para Pequim.
No ano passado, o comércio entre a China e a América Latina ultrapassou pela primeira vez os 450 mil milhões de dólares, lembrou Mao, acrescentando que “entre 2005 e 2020, a China construiu e comissionou mais de 100 instalações de infraestrutura na região, criando mais de 600.000 empregos locais”.
Em dezembro passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, pediu à CELAC para “aumentar a cooperação” e “trabalhar com a China” para superar dificuldades, garantindo que o relacionamento do país asiático com os membros da CELAC assenta “nos princípios de igualdade, benefício comum e desenvolvimento mútuo”.
Na primeira reunião CELAC-China, em 2015, Xi anunciou a sua intenção de aumentar o investimento chinês na América Latina para 250 mil milhões de dólares e dobrar o comércio bilateral para 500 mil milhões de dólares, antes de 2025.
A segunda reunião, realizada no Chile em 2018, resultou na “Declaração de Santiago”, na qual os países signatários se comprometeram a “inovar nas modalidades de cooperação e desenvolvimento”.
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