Numa carta aberta hoje divulgada, a que a agência Lusa teve acesso, as associações e sociedades científicas alertam para o risco acrescido a que uma parte da população ainda está sujeita por continuar desprotegida contra a covid-19
“Doentes imunocomprometidos, como é o caso dos transplantados, alguns doentes com patologia hemato-oncológica, reumatológica e com outro tipo de imunossupressão, continuam sem uma alternativa à vacina, que no seu caso pode não ser eficaz a proteger da infeção”, alertam.
Na carta aberta, assinada pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), Sociedade Portuguesa de Hematologia, Sociedade Portuguesa de Reumatologia e Sociedade Portuguesa de Transplantação, as organizações recordam que “para grande parte da população a pandemia é cada vez menos uma preocupação”, devido à vacinação, ao contrário do que acontece com estes doentes.
“Para os doentes imunocomprometidos a covid-19 continua a constituir uma ameaça capaz de pôr a sua vida em risco, isto porque a proteção da vacina neste grupo de doentes é baixa”, adiantam, sublinhando: “É, por isso, essencial a disponibilização de alternativas profiláticas às vacinas”.
Lembram que os doentes imunocomprometidos têm doenças ou fazem terapêuticas imunossupressoras, que “causam depressão do sistema imunitário e, consequentemente, expõem o doente a um maior risco de contrair infeções”.
“Estes doentes, além de estarem sujeitos a contrair infeções com maior facilidade, também não respondem eficazmente às vacinas, cujo papel é o de estimular o sistema imunitário, neste caso deficitário, a reagir contra determinado agente invasor”, explicam.
Por outro lado, insistem, “foi cientificamente demonstrado que o uso de anticorpos monoclonais dirigidos a proteínas do vírus SARS-CoV-2 consegue proteger esta população de doentes”.
“Contudo, em Portugal, não está disponível, mas noutros países a sua utilização nestes grupos vulneráveis já demonstrou resultados muito positivos”, afirmam as associações de doentes, lembrando a chegada do inverno, “altura de maior disseminação deste e doutros vírus”.
“Apelamos à disponibilização urgente desta terapêutica no nosso país, para que seja possível conferir proteção efetiva contra a covid-19 a esta população”, concluem.
LUSA/HN
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