Pelo meio, serão atribuídos os galardões de Física (04 outubro), Química (05 outubro) e Literatura (06 setembro) e, a 10 de outubro, será ainda conhecido o vencedor do prémio Sveriges Riksbank (o banco central sueco) em Ciências Económicas, em memória de Alfred Nobel, o patrono dos prémios, segundo o respetivo ‘site’ da internet.
Todas as categorias serão anunciadas em Estocolmo, exceto o Nobel da Paz que, como habitualmente, será atribuído pelo Comité Nobel Norueguês e terá como cenário o Instituto Nobel Norueguês, em Oslo, na próxima sexta-feira, 07 de outubro.
De acordo com a organização dos galardões, este ano, são 343 os candidatos ao prémio Nobel da Paz, 251 dos quais são pessoas e 92 organizações – um número superior aos 329 candidatos do ano passado e o segundo mais elevado de sempre, pertencendo o recorde aos 376 candidatos nomeados em 2016.
Nos termos do regulamento, uma nomeação ao prémio Nobel da Paz pode ser enviada por qualquer pessoa que cumpra os critérios para o fazer, não sendo necessária uma carta de convite formal para se apresentar uma nomeação.
Além disso, como acontece também nas outras categorias, as identidades de quem nomeia e dos nomeados ao prémio Nobel da Paz só podem ser divulgadas 50 anos após a nomeação, assim como investigações e pareceres relacionados com a atribuição de um prémio.
De acordo com os estatutos da Fundação Nobel, uma nomeação é considerada válida se for apresentada por uma pessoa que pertença a categorias como membros de assembleias nacionais e Governos nacionais de Estados soberanos, bem como chefes de Estado em exercício.
Podem igualmente enviar nomeações membros do Tribunal Internacional de Justiça e do Tribunal Permanente de Arbitragem, ambos com sede em Haia, nos Países Baixos, além de membros do Instituto de Direito Internacional, uma organização privada belga dedicada ao estudo e desenvolvimento do Direito Internacional, e membros do conselho internacional da Liga Internacional das Mulheres para a Paz e a Liberdade.
“Professores universitários, professores eméritos e professores associados de História, Ciências Sociais, Direito, Filosofia, Teologia e Religião, reitores e diretores de universidades (ou seus equivalentes), diretores de institutos de investigação sobre a paz e sobre a política internacional” e “pessoas que tenham recebido o prémio Nobel da Paz” são outros dos potenciais apresentadores de candidaturas, segundo o regulamento.
Por fim, este estipula ainda que “membros de conselhos de direção ou seus equivalentes de organizações que tenham sido distinguidas” com o galardão poderão também nomear candidatos, bem como atuais e antigos membros do Comité Nobel Norueguês e seus ex-conselheiros.
Depois, cabe ao Comité Nobel Norueguês – constituído por cinco membros nomeados pelo Storting (parlamento norueguês) – fazer a seleção, em várias fases, das candidaturas recebidas em Oslo até à meia-noite de 31 de janeiro, sendo que nomeações enviadas e recebidas após essa data serão consideradas no ano seguinte.
Nos últimos anos, o Comité recebeu perto de 200 nomeações para diversos candidatos ao Nobel da Paz. O número de cartas contendo nomeações é muito mais elevado do que o número de candidatos, já que muitas são para os mesmos.
Entre fevereiro e março é elaborada uma lista de finalistas, depois de o Comité analisar o trabalho dos candidatos, e entre março e agosto, os conselheiros analisam essa ‘short list’.
Este ano, um dos protagonistas internacionais mais apontados como potencial vencedor do galardão foi o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cujo país foi invadido e se encontra em guerra com a Rússia desde 24 de fevereiro. Dado o prazo para o envio de candidaturas terminar a 31 de janeiro, Zelensky não pode ser este ano candidato, apesar de travar há mais de sete meses uma guerra de defesa da integridade territorial do seu país e da sua população civil que o tornou uma figura icónica em matéria de defesa da paz.
O Papa Francisco, o documentarista de História Natural britânico David Attenborough, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a dissidente bielorrussa Svetlana Tsikhanouskaya estarão entre os nomeados para o Nobel da Paz deste ano.
Igualmente entre os candidatos ao galardão apontados pelos ‘media’ internacionais estão a ambientalista Greta Thunberg, o Governo de Unidade Nacional de Myanmar, formado por opositores ao golpe de Estado ocorrido no ano passado, e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Tuvalu, Simon Kofe.
Além destes, outra potencial candidata é a organização sem fins lucrativos Campaign for Uyghurs (Campanha pelos Uigures), fundada e dirigida por Rushan Abbas, uma ativista uigur que acusa de genocídio as autoridades da República Popular da China, que desde 2017 capturaram e levaram milhões de membros da minoria muçulmana uigur, que habita a região chinesa de Xinjiang, para campos de concentração situados no deserto, onde são torturados até à morte, porque Pequim quer que o país tenha uma identidade nacional única.
Em outubro, o Comité Nobel Norueguês escolhe o ou os vencedores do Nobel da Paz numa votação por maioria, sendo a decisão final e não passível de recurso. Os nomes dos laureados com o Nobel da Paz são então anunciados.
Finalmente, em dezembro, os distinguidos nas várias categorias recebem o galardão.
A cerimónia de entrega do Nobel da Paz realiza-se a 10 de dezembro em Oslo, na Noruega, onde os laureados recebem o prémio, que consiste numa medalha e num diploma, juntamente com um documento que confirma o montante monetário do galardão, que este ano é de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 919 mil euros, no câmbio atual) a dividir pelas várias categorias.
Na Noruega, entre 1901 e 1914, a decisão relativa ao prémio da Paz foi anunciada numa reunião do parlamento a 10 de dezembro, após a qual os distinguidos eram informados por escrito.
Entre 1905 e 1946, as cerimónias do prémio Nobel da Paz decorreram no edifício do Instituto Nobel, entre 1947 e 1989, no auditório da Universidade de Oslo e, desde 1990, na Câmara Municipal de Oslo. O Rei da Noruega está presente, mas é o presidente do Comité Nobel que entrega o prémio aos laureados.
Desde 1901, foram atribuídos 102 prémios Nobel da Paz, a 137 laureados, entre os quais 18 mulheres, a mais nova delas a ativista paquistanesa pelos direitos das mulheres Malala Yousafzai, com 17 anos.
LUSA/HN
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