Epidemiologista diz que pico da pandemia vai prolongar-se “até fevereiro e março” na China

13 de Janeiro 2023

O pico da incidência de casos de Covid-19 na China deverá continuar “até fevereiro ou março”, previu o ex-chefe de epidemiologistas do Centro de Controlo de Doenças do país asiático, Zeng Guang, citado hoje pela imprensa local.

Zeng referiu-se às diferentes fases da pandemia do novo coronavírus que cada cidade e província enfrentam. “O pico da epidemia já passou em lugares como Pequim, mas ainda está para começar em algumas regiões, como as áreas rurais”, observou.

O pico da onda de Covid-19 a “nível nacional” deve assim durar “até fevereiro e março”, citando o exemplo de Pequim, onde o “pico de casos já terminou, mas a vaga de casos graves ainda está ativa”.

O ex-funcionário manifestou-se preocupado com “a situação nas zonas rurais da China” e apelou à aplicação de uma “estratégia de prevenção”, conforme as autoridades têm indicado nas últimas semanas, devido à proximidade do Ano Novo Lunar.

Centenas de milhões de chineses regressam às respetivas terras natais durante aquele feriado, a principal festa das famílias do país, semelhante ao natal nos países ocidentais. Este ano, o período festivo ocorre entre os dias 21 e 27 de janeiro.

O Conselho de Estado (Executivo) pediu, em meados do mês passado, aos governos locais que dêem prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais “para proteger a população”, apontando “a sua relativa escassez de recursos de saúde”.

Apesar de especialistas locais terem declarado que o pico de infeções já passou em grandes cidades como Pequim, Chengdu (centro) ou Cantão (sul), outros locais pediram cautela, devido aos milhões de deslocamentos que vão ocorrer durante o feriado.

A rápida disseminação do vírus lançou dúvidas sobre a confiabilidade dos números oficiais, que relataram apenas algumas mortes recentes pela doença, apesar de a realidade no terreno sugerir que o país enfrenta uma grave crise de saúde pública.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou esta semana que a China não está a dar números completos de mortes pela Covid-19 no atual surto, o que impede de saber a verdadeira gravidade da pandemia a nível global.

LUSA/HN

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