Estudo da FMUP “abre portas a novas terapêuticas” para a insuficiência cardíaca

10 de Fevereiro 2023

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) descobriram que os níveis elevados de uma molécula pró-inflamatória no sangue estão associados a eventos cardiovasculares graves e "potencialmente fatais" em doentes com insuficiência cardíaca.

Em comunicado, a FMUP revela que o estudo, publicado na revista Cytokine, “abre portas a novas terapêuticas” para a insuficiência cardíaca, síndrome que afeta quase meio milhão de portugueses.

A investigação mostra que os níveis elevados de uma molécula pró-inflamatória no sangue estão associados a “eventos cardiovasculares graves e potencialmente fatais em doentes com insuficiência cardíaca”.

“Esta relação é independente de fatores de prognóstico classicamente utilizados, incluindo a função cardíaca, função renal e a proteína C reativa (PCR), sendo que a IL-6 [Interleucina-6, um mediador da resposta inflamatória] revelou ser superior como biomarcador inflamatório nestes doentes”, adianta a faculdade.

No estudo, os investigadores recorreram a um registo de doentes com diagnóstico de insuficiência cardíaca, com idades entre os 69 e 84 anos, internados no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

Citados no comunicado, os autores do estudo destacam que a investigação “acresce ao conhecimento existente, ao demonstrar uma forte associação da IL-6 com os eventos cardiovasculares, independentemente da presença de infeção concomitante”.

Também Francisco Vasques-Nóvoa, autor do estudo, afirma que os dados “sustentam a possibilidade de benefício clínico associado ao uso de novas terapêuticas que tenham como alvo a IL-6”.

Segundo a FMUP, entre as terapias podem estar anti-inflamatórios ou inibidores diretos da IL-6, mas são, no entanto, “necessários mais estudos para avaliar a sua eficácia e segurança antes da aplicação na insuficiência cardíaca aguda”.

Além da FMUP, a investigação contou com a participação do Laboratório Associado RISE, do CHUSJ e da Universidade de Lorraine (França), e foi financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

LUSA/HN

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