Aos olhos do responsável, as equipas de saúde familiar não podem “reduzir-se apenas aos médicos e enfermeiros”, devendo ser integradas por outros profissionais de saúde como é o caso dos farmacêuticos,
No encontro, André Biscaia considerou que os farmacêuticos comunitários podem ter um papel essencial na gestão da doença crónica e na adesão dos doentes à terapêutica. O alargamento das funções destes profissionais poderia representar um “alívio nas atividades dos médicos de família”.
“Na USF Marginal muito do nosso trabalho tem a ver com atividades que podem ser realizadas por outros profissionais, nomeadamente a renovação da medicação crónica. Todos os dias tenho cinco ou seis pedidos (…) As farmácias comunitárias poderiam gerir estes pedidos de forma autónoma”, apontou.
Uma outra mais-valia apontada pelo dirigente da USF-AN foi a informação que os farmacêuticos possuem sobre a disponibilidade de medicamentos.
No encontro, o presidente da USF-AN aproveitou para fazer uma chamada de atenção sobre a necessidade de se criar um processo clínico único. Uma maior partilha de informação pode permitir verificar o tipo de medicação que está a ser feito pelo doente e evitar erros na prescrição.
“Para quem está a prescrever, a gerir os cuidados e para a quem está a tomar decisões clínicas é fundamental que exista um um processo clínico único”, defendeu o médico de família.
Sobre o papel que os farmacêuticos podem vir a ter nos ajustes e alterações da medicação dos utentes foi manifestada alguma cautela por parte de André Biscaia.
Para o responsável, trata-se de uma questão tem que ser “bem discutida, estudada e enquadrada”.
André Biscaia foi um dos participantes da sessão “Desafios e oportunidades para o setor da saúde” realizada este sábado, no Centro de Congressos de Lisboa.
HN/Vaishaly Camões
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