“Após 1.200 dias de prisão, prisão domiciliária e proibição de sair do país, o Presidente Abdelmadjid Tebboune ordenou finalmente o levantamento da proibição de sair do território nacional imposta a Rachid Nekkaz desde 2019”, escreveu o líder da oposição numa carta recebida hoje pela AFP.

A família de Nekkaz vive atualmente nos Estados Unidos.

Na carta enviada à AFP, Nekkaz agradeceu ao Presidente Tebboune a resposta que recebeu do chefe de Estado, quando lhe pediu que interviesse pessoalmente para deixar o país e ser operado o mais rapidamente possível.

O opositor alega sofrer de uma grave doença nos olhos e de cancro da próstata.

Rachid Nekkaz foi libertado em 18 de janeiro por “razões humanitárias” depois de ter sido condenado a cinco anos de prisão em julho de 2022 por apelar ao boicote às eleições presidenciais de 2019.

A libertação ocorreu duas semanas depois de ter anunciado que abandonava a vida política numa carta escrita na prisão e entregue à sua família.

Nessa carta, publicada no Facebook em 02 de Janeiro, escreveu que tinha “resignado à necessidade de por termos à atividade política na Argélia”, acrescentando que também tinha escrito ao Presidente Tebboune em 10 de Dezembro para lhe comunicar “oficialmente” a decisão.

Nekkaz disse também que desejava “dedicar-se exclusivamente à resolução dos seus problemas de saúde, à escrita e à sua família (…) egoisticamente abandonada nos Estados Unidos durante 10 anos”.

Detido desde maio de 2021, Nekkaz já tinha estado preso entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2021 por, entre outras coisas, “incitar à violência através de redes sociais”.

NR/HN/Lusa