Um grupo de residentes do distrito de Gurué queimou duas casas e destruiu outras duas, há uma semana, sem vítimas, disse Sidner Lonzo, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia.
“As casas pertenciam ao secretário do bairro e seus familiares e a um agente polivalente do centro de saúde local”, sobre quem recaem os rumores de propagar a doença, referiu o porta-voz.
Os suspeitos, com idades entre 16 e 66 anos, foram detidos no dia seguinte, após uma reunião de sensibilização entre a polícia, a direção distrital de saúde e a comunidade.
A violência com base em crenças e rumores relacionados com a cólera está enraizada nos meios rurais.
A polícia avançou que outras quatro pessoas estão detidas por suposto envolvimento na morte de um homem, em maio, também no distrito de Gurué, cujo familiar era igualmente acusado de propagar cólera.
O porta-voz da PRM disse que têm sido realizadas campanhas de sensibilização na região, nas quais as autoridades explicam às comunidades como é que se propaga a cólera, para travar ações de justiça feita pelas próprias mãos.
A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida – sendo causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.
Moçambique está a ser afetado pela pior epidemia da doença nos últimos 20 anos que já provocou 141 mortes desde que eclodiu, em setembro de 2022.
NR/HN/Lusa
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