Prémio Princesa das Astúrias da Concórdia para ONG britânica Mary’s Meals

14 de Junho 2023

O prémio Princesa das Astúrias da Concórdia 2023 foi hoje atribuído à organização não-governamental (ONG) britânica Mary's Meals, que assegura uma refeição diária a 2,4 milhões de crianças em 18 dos países mais pobres do mundo.

As refeições são asseguradas na escola para garantir que a criança vai às aulas, pelo que a ONG “estimula ao mesmo tempo a sua escolarização”, destacou o júri do prémio, atribuído pela Fundação Princesa das Astúrias, uma entidade espanhola.

Num comunicado, o júri explicou que atribui o prémio à Mary’s Meals “pela sua exemplar dedicação a paliar alguns dos problemas mais prementes do mundo atual” e elogiou o “modelo de gestão criativo e eficaz que permite otimizar recursos” adotado pela ONG.

A Mary’s Meal, com sede na Escócia, foi fundada em 2002 por Magnus MacFarlane-Barrow com o objetivo de proporcionar uma refeição diária na escola a crianças com “fome crónica”, segundo um dossiê de imprensa divulgado pela Fundação Princesa das Astúrias.

A atividade da ONG chega hoje a 2.429.182 crianças, diariamente, durante o ano letivo nos países de três continentes em que a Marys’s Meals está presente (Quénia, Libéria, Sudão do Sul, Tailândia, Zâmbia, Zimbabué, Síria, Iémen, Níger, Etiópia, Líbano, Benin, Birmânia, Equador, Haiti, Índia, Madagáscar e Maláui).

O modelo de gestão permite “uma redução máxima de custos” e “com apenas 21,63 euros por ano é possível alimentar uma criança todos os dias em que vai à escola”, segundo a mesma informação.

As refeições são cozinhadas e distribuídas nas próprias escolas por voluntários da comunidade e cada criança tem o seu próprio recipientes para comer, “por ser a forma de comprovar que pertence a uma escola e que vai diariamente às aulas”.

“Para poderem receber a refeição, as crianças têm de ir às aulas”, sublinha o comunicado.

As refeições são feitas com produtos locais e reforçadas com complexos vitamínicos, para garantir um nível mínimo nutricional.

Além dos 18 países em que está presente de forma regular, a ONG tem ajudado em situações de emergência, como aconteceu no terramoto do Haiti em 2010 ou com o tufão das Filipinas em 2011.

Os Prémios Princesa das Astúrias distinguem anualmente, há mais de quarenta anos, “o trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário” de pessoas ou instituições.

O prémio da Concórdia reconhece “o trabalho de defesa e generalização dos Direitos Humanos, do fomento e proteção da paz, da liberdade, da solidariedade, do património cultural e, em geral, do progresso da humanidade”.

Os outros sete prémios deste ano foram atribuídos à atriz norte-americana Meryl Streep (Artes); ao escritor e filósofo italiano Nuccio Ordine (Comunicação e Humanidades); à historiadora francesa Hélène Carrère d’Encausse (Ciências Sociais); ao maratonista queniano Eliud Kipchoge (Desporto); ao escritor japonês Haruki Murakami (Letras); à ONG Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (Cooperação Internacional) e aos biólogos Jeffrey Gordon e Everett Peter Greenberg e à bioquímica Bonnie Lynn Bassler (Investigação Científica).

Os prémios são entregues em outubro, em Oviedo, nas Astúrias (norte de Espanha), pela família real espanhola.

Cada prémio consiste numa escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró, 50.000 euros, um diploma e uma insígnia.

LUSA/HN

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