Centenas de participantes na conferência anual da Faith & Freedom Coalition acreditam que a política de aborto pode continuar a ser uma força para os republicanos, mesmo que os democratas insistam que a questão os favorecerá nas presidenciais de 2024.
O ex-presidente Donald Trump, que indicou três juízes que permitiram ao Supremo Tribunal a reversão dos direitos ao aborto em todo o país, fará o discurso principal este sábado à noite.
Muitos outros rivais de Trump, incluindo o governador da Florida, Ron DeSantis e o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, falaram esta sexta-feira.
A decisão da maioria conservadora do Supremo, publicada a 24 de junho de 2022, acabou com 49 anos de direito federal ao aborto, que tinha sido garantido em 1973 no caso Roe v. Wade.
Agora, em pelo menos 14 estados praticamente todos os abortos são proibidos e em muitos outros as batalhas jurídicas continuam.
Mas durante o ano que se seguiu à decisão no caso Dobbs v. Jackson Women’s Health Organization, dezenas de estados atuaram na direção oposta, com 20 estados a terem inscrito o acesso ao aborto nas constituições estaduais ou a fixar novas proteções.
Não muito longe do local da conferência, o Presidente Joe Biden reuniu-se com ativistas pelos direitos ao aborto, ressalvando a importância da questão para ambos os lados.
Os democratas conseguiram uma exibição mais forte do que o esperado durante as eleições intercalares do ano passado e continuam a apontar o aborto como uma das principais razões.
Até mesmo Trump sugeriu que restrições estritas ao aborto eram uma fraqueza para os republicanos, quando defendeu, em janeiro, que o desempenho abaixo do esperado do partido não tinha sido culpa sua, mas a “questão do aborto”, mal tratada por muitos republicanos, especialmente aqueles que insistem firmemente em ‘No Exceptions’ [Sem Exceções, em português], mesmo no caso de violação, incesto ou a saúde da mãe.
Entre os candidatos republicanos, Pence referiu anteriormente que apoiaria a proibição do aborto em todo o país após apenas seis semanas de gravidez, uma linha do tempo que cai antes que muitas mulheres saibam que estão grávidas.
Por isso, a sua postura esta sexta-feira, a defender uma proibição de 15 semanas como “padrão nacional mínimo” é um exemplo da luta potencial dos líderes do Partido Republicano para estabelecer uma posição que possa satisfazer a base mais conservadora do partido sem repelir os eleitores moderados que não gostam das restrições severas ou proibições quase definitivas adotadas em muitos estados.
DeSantis assinou uma proibição estadual de seis semanas na Florida, enquanto senador da Carolina do Sul, Tim Scott, também elogiou a proibição estadual de seis semanas da Carolina do Sul e apoia uma proibição federal de 15 semanas.
A ex-embaixadora da ONU Nikki Haley, também candidata, apoia uma proibição federal, mas não disse em que ponto da gravidez tentaria proibir o aborto.
Trump evitou especificar quais limites nacionais, a haverem, apoiaria no aborto.
LUSA/HN
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