A Organização Mundial de Saúde (OMS), com o apoio de vários doadores, entregou hoje ao Ministério da Saúde da Guiné-Bissau nove viaturas, duas câmaras mortuárias, 12 aparelhos raio X e 30 tendas, que custaram 1,5 milhões de dólares (1,4 milhões de euros), equivalentes a mais de 1,1 bilião de francos CFA.

As viaturas todo-o-terreno vão funcionar como uma espécie de ambulância, podendo transportar doentes de zonas mais remotas até a uma ambulância devidamente equipada ou a um serviço de saúde.

“Hoje tenho um alívio que não podem imaginar. Conhecendo a situação do sistema de saúde, carências, as localidades que não têm vias de acesso, as dificuldades que passam, é muito doloroso”, declarou o ministro da Saúde Pública, Domingos Malu.

O governante salientou, na cerimónia de entrega do equipamento, que este é um “balão de oxigénio”, que “dá o conforto” de ser possível “interagir com os técnicos no terreno”.

“O sistema de saúde precisa, e essas viaturas vão ajudar de tal forma, que vão poder fazer algo de diferente daquilo que tem acontecido até hoje. Vão poder deslocar-se para dar apoio ao cidadão onde esteja, e vão conseguir deslocar (doentes) para Bissau por qualquer situação de emergência”, concretizou.

Nas localidades mais distantes dos serviços de saúde, estas viaturas “acabam por fazer o mesmo papel das ambulâncias, porque pode dar um jeito de deslocar o doente” até chegar onde é possível ter uma ambulância, nomeadamente nas sedes regionais, para onde estão previstas ficarem localizadas na nova rede nacional de ambulâncias, afirmou.

Os novos meios foram adquiridos com fundos mobilizados para a covid-19, nomeadamente do Banco Africano de Desenvolvimento e do banco islâmico, como explicou Plácido Cardoso, coordenador da cédula de gestão da covid-19, que sucedeu ao alto comissariado que acompanhou a fase crítica da pandemia.

Depois de ter sido decretado o fim da pandemia, as entidades locais estão a trabalhar na reprogramação dos fundos e a canalizar o dinheiro para as necessidades do sistema de saúde e dos parceiros locais que atuam na área, como a Cáritas e a Cruz Vermelha.

O coordenador adiantou que está também em curso o processo de compra de um barco ambulância para transporte de doentes das ilhas da Guiné-Bissau.

Relativamente aos aparelhos de raio X adquiridos, adiantou que, “a diferença dos anteriores projetos, é que contempla a cláusula da formação dos técnicos que vão garantir o acompanhamento em todas as estruturas beneficiárias, com a garantia de quatro anos”.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, esteve presente na cerimónia de entrega do equipamento, que decorreu no espaço do palácio da Presidência, e recordou o trabalho de coordenação e cooperação com os parceiros internacionais para conseguir apoio para o combate à covid-19.

Deixou também um aviso à população e àqueles vão utilizar o novo material: quem estragar, vai preso e tem que pagar.

LUSA/HN