A informação dos serviços é que haverá “uma contingência de nível 4”, aquele que é ativado na ausência de especialistas e que prevê o encerramento daquela valência, disse fonte da Unidade Local de Saúde da Guarda.
A indisponibilidade dos médicos em realizar mais horas extraordinárias por ter sido atingido o limite anual está também a causar fortes constrangimentos na Urgência Geral, situação que se irá manter até às 08:00 de segunda-feira.
Numa nota enviada à Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda avisa que o serviço de Urgência de Médico-Cirúrgica da Guarda “vai estar aberto 24 horas”, mas haverá constrangimentos devido à falta de especialistas de Medicina Interna.
“Devido ao constrangimento causado pela indisponibilidade apresentada pelos médicos de Medicina Interna, o funcionamento será condicionado a partir das 05:00 de quinta-feira, dia 05 de outubro, até às 08:00 de segunda-feira, dia 09 de outubro”, precisa a informação.
A ULS da Guarda pede à população “a maior compreensão e que recorra sempre que possível aos serviços disponibilizados pelos centros de saúde da área de residência”.
A ULS tem reiterado o apelo que se dirija “à Urgência só quem é urgente”.
As dificuldades são consequência do movimento a nível nacional através do qual os médicos se têm vindo a manifestar indisponíveis para fazer mais horas extras.
A indisponibilidade tem criado dificuldades na elaboração das escalas dos serviços de Urgência em vários hospitais do país.
A diretora do serviço de Urgência do hospital da Guarda, Adelaide Campos, tinha confirmado à Lusa que as escalas para o mês de outubro estão incompletas.
“Vai haver dias em que as equipas não se podem formar, porque não há número de especialistas suficientes para cada uma das equipas e, portanto, a Urgência pode ter que encerrar”, alertou a diretora do serviço de Urgência.
Adelaide Campos disse esperar que “o senhor ministro da Saúde e o CEO do SNS [Serviço Nacional de Saúde] percebam aquilo que se pode vir a passar nas próximas semanas”.
A responsável realça que o limite das horas extraordinárias já foi atingido há muito tempo e que “esta situação não se pode manter”.
“Não podemos ter um distrito de 160 mil habitantes sem hospital que receba doentes urgentes. Não é viável, não é possível”, alertou.
O presidente da Câmara Municipal, Sérgio Costa, tem apelado ao “sentido de responsabilidade” de todos os intervenientes e pede que médicos e Ministério da Saúde “façam tréguas e dialoguem” em nome da saúde dos cidadãos.
LUSA/HN
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