Sob o lema “Unidos pela Saúde”, o protesto organizado pelo município deverá traduzir-se na deslocação de “mais de 2.000 pessoas a Lisboa”, em 40 autocarros fretados pela câmara a que se deverão juntar “autocarros das juntas de freguesia, carrinhas das associações do concelho e viaturas particulares”, disse o presidente da autarquia, Vítor Marques (independente), numa conferência de imprensa realizada em setembro para anunciar a manifestação.
A marcha até Lisboa terá como destino o Palácio de São Bento e a Assembleia da República.
Em causa está a localização do novo hospital do Oeste, anunciada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que será construído no Bombarral e que a autarquia das Caldas da Rainha entende que deve ficar na confluência deste concelho com o de Óbidos, ambos no distrito de Leiria.
“Um hospital para o Oeste tem que ser integrado naquilo que é a rede hospitalar nacional”, defendeu Vítor Marques em setembro, considerando que a decisão sobre a localização do novo equipamento foi tomada de forma “enviesada”.
A decisão de construir o novo hospital no Bombarral, no distrito de Leiria, tem por base um estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) e que fundamentou a escolha da localização, decidida por um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde.
Contudo, um parecer técnico encomendado pela Câmara das Caldas da Rainha ao Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU), critica a falta de critérios do estudo, recomendando uma “avaliação multicritério” e que a localização escolhida seja “coerente com a realidade da procura efetiva” e “enquadrada por um planeamento regional da oferta hospitalar que considera toda a região de Lisboa e Vale do Tejo, bem como a região de Leiria”.
A avaliação das localizações possíveis devia ainda, segundo o parecer, ser antecedida da identificação dos centros urbanos “que reúnem condições para acolher uma unidade hospitalar de âmbito regional”, o que, segundo o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) determinaria que o hospital teria que ser construído num centro urbano de média dimensão, o que não acontece com o Bombarral.
Além de estar a estudar a possibilidade de impugnar juridicamente a decisão, a Câmara das Caldas da Rainha também apelou aos partidos, instituições e população do concelho que adiram ao protesto de hoje.
LUSA/HN
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