A epidemia, segundo fontes do Ministério da Saúde ao Sudan Tribune, está a alastrar especialmente no estado do Mar Vermelho, com 49 mortes e 1.115 casos confirmados, e no estado de Gedaref, com 48 mortes e 1.862 casos verificados pelas autoridades sanitárias.
De acordo com o relatório cumulativo de casos do Departamento de Epidemiologia do Ministério, até 06 de dezembro, o estado de Gezira registava 24 mortes e 1.525 casos, juntando-se aos 491 casos e 24 mortes em Cartum ou aos 576 casos e 26 mortes no Nilo Branco, para completar os cinco estados mais afetados.
O Sudão mergulhou no caos em 15 de abril deste ano, quando se transformaram em guerra aberta as tensões há muito latentes entre os militares, liderados pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, ex-número dois no Conselho Soberano – a junta militar que tomou o poder no país no golpe que depôs o antigo ditador Omal al-Bashir, em abril de 2019.
A guerra fez colapsar o sistema de saúde do país e colocou em risco três milhões de sudaneses que podem estar expostos a este surto de cólera.
A guerra no Sudão causou até agora mais de 9.000 mortos e mais de 7,1 milhões de deslocados internos e refugiados, o que faz do Sudão o país com mais deslocados no mundo, segundo as Nações Unidas.
Os combates reduziram a capital do Sudão, Cartum, a um campo de batalha urbano, sem que nenhuma das partes tenha conseguido obter o controlo da cidade.
Tanto as forças armadas sudanesas como as RSF foram acusadas pela Amnistia Internacional de crimes de guerra em larga escala, incluindo assassínios deliberados de civis e violações e outras agressões sexuais.
NR/Lusa
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