Cidade do norte da China reembolsa testes PCR realizados durante pandemia

23 de Maio 2024

A cidade de Langfang, na província de Hebei, norte da China, começou esta quinta-feira a implementar uma política de reembolso dos testes PCR realizados pelos residentes durante a pandemia da covid-19.

A medida, que visa aliviar os encargos financeiros dos cidadãos e responde a requisitos de auditoria, surge depois da realização constante de testes PCR aos residentes, uma prática comum e controversa da estratégia chinesa durante a pandemia.

Os residentes de Langfang que fizeram testes PCR entre 2020 e 2021 poderão solicitar o reembolso das despesas durante os próximos 30 dias, segundo a imprensa local.

Mensagens de texto com instruções foram enviadas aos residentes, que devem comparecer pessoalmente num centro hospitalar da cidade com o seu cartão de identificação e a respetiva mensagem.

A iniciativa de Langfang segue medidas semelhantes noutras regiões da China, como a cidade de Tianjin (norte) e a província de Guangxi (sul).

Em Tianjin, por exemplo, os pacientes foram isentos de taxas para os testes realizados entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, enquanto em Guangxi, os hospitais têm reembolsado os testes com base nas orientações regionais.

Durante esse dois anos, os testes eram necessários para deslocações internas dentro da China ou para participar em eventos. Em 2022, os testes tornaram-se gratuitos, já que passaram a ser obrigatórios quase diariamente, e eram feitos em instalações disponibilizadas pelos governos locais.

As autoridades confirmaram à imprensa local a autenticidade dos reembolsos e salientaram que estes respondem a requisitos de auditoria e de política de saúde.

As medidas de reembolso foram bem acolhidas pelos residentes nas redes sociais do país asiático, que sublinharam o seu impacto positivo na redução das despesas relacionadas com os testes PCR, essenciais para aplicar as medidas draconianas da política de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou na China ao longo de quase três anos e implicou bloqueios rigorosos de cidades inteiras, a realização de testes quase diariamente, o isolamento em hospitais e instalações estatais de casos positivos e os respetivos contactos diretos.

No final de 2022, quando se tornou claro que a propagação da variante contagiosa Omicron não podia ser controlada, a estratégia começou a ser desmantelada e, em 08 de janeiro do ano seguinte, a gestão da doença passou da categoria A – o nível de risco mais elevado – para a categoria B, pondo fim às quarentenas e à exigência de testes PCR.

LUSA/HN

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