Esta será a segunda ronda de encontros com Ana Paula Martins, depois das reuniões que decorreram em 26 de abril, mas que, no caso dos enfermeiros, não foram suficientes para evitar a greve de 10 de maio que, de acordo com o sindicato que a convocou, registou uma adesão de 76,8%.
Nesta altura, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) questionou se os profissionais do Serviço Nacional de Saúde “são mesmo uma prioridade do Governo”, fazendo a comparação com o ritmo em que estavam a decorrer os processos negociais com outros grupos de funcionários públicos, como professores e forças de segurança.
Na prática, segundo as estruturas sindicais que representam médicos e enfermeiros, a reunião de hoje vai servir para estabelecer o protocolo negocial, ou seja, os termos e as matérias que serão alvo de negociação entre as duas partes.
Da parte dos médicos, os dois sindicatos envolvidos nas negociações – Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (Fnam) – já deram o prazo até final do ano para ser alcançado um acordo, adiantando que não abdicam de incluir no protocolo negocial matérias com a revisão das grelhas salariais e do sistema de avaliação, mas também a reposição das 35 horas semanais de trabalho e a integração dos internos na carreira médica.
Os representantes dos médicos pedem agora que o processo negocial com o novo Governo seja mais rápido, depois de as negociações que decorreram com o anterior executivo se terem prolongado por mais de ano e meio com dezenas de reuniões.
Após as “reuniões de apresentação” de abril, o Ministério da Saúde disse esperar que este novo processo negocial decorra numa base de boa-fé, compromisso e responsabilidade e que corresponda à expectativa dos profissionais “na medida do possível”.
Na mesma altura, a plataforma que une cinco sindicatos de enfermagem, que reivindica matérias como a revisão salarial, um acordo coletivo de trabalho e o reconhecimento do risco e penosidade da profissão, saudou a abertura ao diálogo por parte da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Também o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) considerou que a ministra mostrou “uma boa recetividade” para solucionar os problemas desses profissionais que trabalham no SNS.
“Existe uma série de problemas que estavam sistematicamente a ser adiados e, pela primeira vez, pelo menos, pareceu-nos haver vontade efetiva de olhar para as coisas e de as tentar resolver de uma forma eficaz”, adiantou o presidente do SNF, Henrique Reguengo.
As reuniões de hoje começam pelas 10:00 com os representantes dos médicos, seguindo-se os vários sindicatos dos enfermeiros e terminam às 15:30 com o SNF.
LUSA/HN
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