O documento elaborado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN) das Nações Unidas notou como 84% das metas têm tido progresso limitado ou reversão, destacando como cinco metas registaram reversão no progresso desde 2015: taxa de obesidade, liberdade de imprensa, índice de lista vermelha, gestão sustentável do nitrogênio, e, sobretudo devido à pandemia de COVID-19 e a outros fatores que podem variar em cada país, a esperança média de vida ao nascer.
Metas e objetivos relacionados com o acesso básico a infraestrutura e serviços, incluídos no âmbito Indústria, Inovação e Infraestrutura, “mostram tendências ligeiramente mais positivas, embora o progresso continue a ser demasiado lento e desigual entre os países”, concluiu a mesma fonte.
As metas referentes à Fome Zero, Cidades e Comunidades Sustentáveis), Vida na Água, Vida Terrestre) e Paz, Justiça e Instituições Fortes estagnaram desde 2020, lê-se no relatório que notou a tendência de liderança dos países nórdicos do índice de ODS, com o primeiro lugar a pertencer à Finlândia, seguindo-se a Suécia e a Dinamarca.
A SDSN notou como o progresso médio dos ODS nos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e BRICS+ (Egito, Etiópia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), desde 2015, tem sido mais rápido do que a média mundial e como o sul e o leste da Ásia registo a maior progressão desde essa data.
“Em contrapartida, a diferença entre o Índice de ODS médio mundial e o desempenho dos países mais pobres e vulneráveis, incluindo os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, ampliou-se desde 2015”, refere o mesmo relatório, que sublinhou ainda a necessidade de capital para que muitos países alcancem os seus ODS,
Em termos de compromisso com o multilateralismo, Barbados lideram, seguindo-se Antígua e Barbuda e Uruguai, enquanto os Estados Unidos estão no extremo oposto, assim como Somália e Sudão do Sul.
No capítulo dos sistemas agroalimentares sustentáveis, o relatório nota como globalmente 600 milhões de pessoas ainda sofrem de fome, a obesidade tem aumentado e as emissões de gases de efeito estufa provenientes da Agricultura, Silvicultura e Outros Usos da Terra representam quase um quarto das emissões globais anuais de gases de efeito estufa.
As recomendações endereçadas à cimeira do Futuro da ONU deste ano, decorrer em setembro, tendo como coresponsáveis a Namíbia e a Alemanha, mantêm base em cinco “P”: “Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias”.
Na lista está a necessidade de financiar a agenda dos ODS e garantidos planos de longa duração, enquanto nas questões de segurança é recomendado designadamente que “as potências nucleares devem regressar ao processo de desarmamento nuclear”, assim como se deve reforçar a governação multilateral dos riscos tecnológicos e que deve haver acesso universal às tecnologias vitais.
Também é recomendada a criação de uma Assembleia Parlamentar da ONU Assembleia Parlamentar da ONU, como órgão subsidiário da Assembleia Geral da ONU e que inclua membros representativos dos parlamentos nacionais.
A SDSN representa mais de 2.000 universidades, grupos de reflexão, laboratórios nacionais e outras organizações.
NR/HN/Lusa
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