INEM garante continuidade do serviço através de novo contrato com atual operador

30 de Junho 2024

O INEM garantiu hoje que vai "assegurar a continuidade do serviço de helicópteros de emergência médica através de um novo contrato estabelecido com o atual operador, dentro do valor autorizado pelo anterior Governo em outubro de 2023".

Num esclarecimento enviado também hoje à Lusa, o Ministério da Saúde afirmou que o INEM podia ter lançado concurso público para o serviço de transporte aéreo de doentes com base numa resolução do Conselho de Ministros de 2023, evitando prolongar a adjudicação direta.

Num comunicado divulgado posteriormente, ao final da tarde de hoje, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) referiu que “vai assegurar a continuidade do serviço de helicópteros de emergência médica através de um novo contrato estabelecido com o atual operador, dentro do valor autorizado pelo anterior Governo em outubro de 2023 (RCM – Resolução de Conselho de Ministros n.º 133/2023, de 25 de outubro), e com um dispositivo composto por quatro aeronaves, duas médias a operar 24 horas e duas ligeiras a operar 12 horas, conforme serviço que vem sendo prestado desde o dia 01 de janeiro de 2024”.

O INEM informa ainda que o concurso público para locação de meios aéreos e aquisição de serviços de operação, gestão da aeronavegabilidade permanente e manutenção das aeronaves “foi efetivamente lançado em janeiro de 2024 pela SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (como previsto na referida RCM), e recebeu propostas de duas empresas, ambas com valores significativamente superiores ao preço base do concurso, que se situava nos 12 milhões de euros/ano”.

Perante isso, “o INEM deu início, em abril de 2024, aos procedimentos para lançamento de um novo concurso público internacional, tendo apresentado à tutela sucessivas e insistentes propostas de nova RCM, salientando sempre o caráter urgente e a necessidade de uma rápida tomada de decisão”.

Até porque, acrescenta, “não faria sentido lançar um novo concurso público com condições idênticas ao do anterior, e que eram as condições autorizadas pelo anterior Governo”, sendo que “estas condições já mostraram não satisfazer as exigências do mercado, conforme comprovam também as várias consultas realizadas pelo Instituto a diversos operadores e que foram sendo comunicadas à tutela”.

O INEM recorda que o contrato que hoje termina “foi estabelecido com o único operador que se mostrou disponível para assegurar o serviço, mas sem que fosse possível garantir um dispositivo com quatro aeronaves, todas a operar 24 horas por dia”.

Perante as limitações encontradas, “foi necessário reduzir-se, desde o início de 2024, o tempo de operação de dois dos quatro helicópteros ao serviço da emergência médica”, prossegue, acrescentando que o “contrato por ajuste direto recebeu visto do Tribunal de Contas em maio de 2024”.

Ora, “perante a ausência de qualquer resposta por parte da tutela que permitisse a abertura de um novo concurso público internacional, a única alternativa à não adjudicação de um novo contrato por ajuste direto seria o país deixar de contar com este serviço, o que seria inaceitável”.

Além disso, “o INEM não foi consultado, em momento algum, sobre a possibilidade de intervenção das Forças Armadas no processo de helitransporte de emergência médica, pelo que continua a desconhecer de que forma ou se esse contributo poderá ser concretizado”, refere a entidade.

“Dentro da atual conjuntura, e das competências do Conselho Diretivo do INEM, o Instituto tudo fez e continuará a fazer para acautelar sempre o interesse público e garantir a continuidade do serviço de helicópteros de emergência médica nas melhores condições possíveis”, conclui.

“Desde o dia 02 de abril até à data de hoje, o INEM não lançou nenhum concurso público internacional para aquisição dos serviços em causa. Não compreendemos os motivos”, afirma o Ministério da Saúde, no esclarecimento hoje enviado à Lusa.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o Governo questionou por várias vezes o Conselho Diretivo do INEM sobre o serviço de transporte de emergência em helicópteros, por saber que o ajuste direto em vigor terminava hoje, 30 de junho, mas o instituto “nunca apresentou uma solução” ao abrigo da RCM de outubro de 2023, que autoriza a despesa relativa ao lançamento de um novo concurso público para o período 2024-2028.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

OMD atribui bolsas de formação Professor João F. C. Carvalho

Este ano, o júri elegeu as candidaturas de Ana Santos Alves (Doutoramento em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária do Porto da Universidade do Porto), Ana Margarida Rodrigues (Curso de Especialização em Avaliação do Dano Corporal (Pessoal) Pós-Traumático pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) e Diana Augusto (Curso de Especialização em Avaliação do Dano Corporal (Pessoal) Pós-Traumático pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), num total de 28 candidaturas recebidas.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights