Em declarações à agência Lusa, num comentário à nomeação anunciada pelo Governo do anestesista Vítor Almeida para presidir ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) em regime de substituição por 60 dias, o sindicalista Rui Lázaro afirmou que o foco do STEM “não são as pessoas” e a pessoa escolhida tem “um currículo conhecido”.
O presidente do STEM, Rui Lázaro, questionou se o médico escolhido pela tutela para substituir Luís Meira, que se demitiu após críticas da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, terá “capacidade para gerir um instituto do tamanho e especificidades do INEM e reverter a degradação instalada de falta de pessoal e de meios.
“Sendo o início de um novo ciclo, e se vier para trabalhar e disponível para negocial com os representantes dos trabalhadores, será bem-vindo”.
Contudo, vincou que se não conseguir reverter a situação de degradação que o INEM atravessa, nem disponível para falar com os sindicatos, o STEM estará disponível para fazer oposição.
Por seu turno, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) vê “com elevada preocupação a nomeação” de Vítor Almeida, considerando que “não é a pessoa com o perfil adequado que a ANTEM vislumbra para os destinos do INEM”.
Em comunicado, adianta que a direção da associação vai reunir-se hoje para discutir “os procedimentos concretos a serem desenvolvidos”.
O Ministério da Saúde anunciou quarta-feira que o médico anestesista Vítor Almeida foi nomeado para ficar durante 60 dias em regime de substituição na presidência do INEM.
“Vítor Almeida é nomeado em substituição do anterior presidente, Luís Meira, que apresentou esta semana a sua demissão à Ministra da Saúde, promovendo-se de imediato à abertura de concurso” junto da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), lê-se num comunicado do Ministério.
O ministério refere ainda que, “sem prejuízo desse concurso”, Vítor Almeida “já foi avaliado positivamente e pré-selecionado pela CReSAP para o mesmo cargo, em concursos anteriores”.
Vítor Almeida é anestesista no Hospital São Teotónio, em Viseu, e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Medicina de Urgência e de Emergência.
Tem defendido a criação da especialidade de medicina de urgência e foi um dos subscritores do projeto para criar a especialidade que esteve em discussão no Conselho Nacional da Ordem das Médicos e que acabou chumbado.
Segundo a nota do Ministério, Vítor Almeida, que nasceu em Lisboa em 1966, licenciou-se em Medicina na Faculdade de Hannover, na Alemanha.
Em Portugal, fez o internato no Hospital Universitário de Coimbra, completou o internato complementar de Medicina Geral e Familiar no Centro de Saúde Norton de Matos, em Coimbra.
Especialista em anestesiologia, Vítor Almeida fez o seu o internato complementar no Hospital Universitário de Coimbra e no Hospital Hadassah, em Jerusalém.
O seu percurso profissional como anestesiologista e emergência médica passou pelo Hospital Universitário de Coimbra, Hospital S. Teotónio de Viseu e Hospital de Faro.
Ingressou como Médico de Helicóptero do INEM, passando depois a coordenador do serviço noturno.
O responsável fica a substituir Luís Meira, que na segunda-feira apresentou a demissão à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, na sequência da polémica com a renovação do contrato para os helicópteros de assistência médica.
O Ministério da Saúde criticou no domingo o INEM por ter deixado terminar o prazo para o lançamento do concurso público internacional, obrigando a novo ajuste direto.
LUSA/HN
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