“A falta de rumo, estratégia e planificação, e o desinvestimento no Serviço Regional de Saúde (SRS), fazem com que os açorianos tenham o acesso cada vez mais dificultado aos cuidados médicos de que precisam, devido ao aumento das listas de espera para consultas de especialidade e cirurgias, bem como à falta de médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes operacionais”, refere um comunicado da Direção da Organização Regional do PCP nos Açores (DORAA).
Para o partido, é impossível esconder a desvalorização dos profissionais, “tanto em matéria salarial, quanto em termos de estabilidade do posto de trabalho e de incentivos à sua fixação”.
“O incêndio que devastou o Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, deixou o arquipélago numa situação extremamente difícil, de enorme incerteza sobre o projeto de reconstrução, os custos e o tempo estimado”, lê-se.
O PCP/Açores acrescenta que “enquanto ninguém sabe ao certo o que esperar relativamente à reposição da normalidade na prestação dos cuidados de saúde” na região, são várias as questões que se colocam.
“Por que motivo é que não se investe no SRS? Por que motivos não se investe no reforço dos incentivos à fixação de médicos e enfermeiros na região? Por que motivos não se contratam mais técnicos de diagnóstico, assistentes administrativos e assistentes operacionais?”, questiona.
O partido pergunta ainda, entre outras, quais as razões para a manutenção da precariedade laboral com contratos e falsos recibos verdes, e por que razão “não existe a manutenção dos edifícios e equipamentos que prestam serviços aos utentes”.
“São estas as perguntas às quais o Governo Regional [PSD/CDS-PP/PPM] não responde, não querendo enfrentar os problemas que põem em causa o direito à saúde dos açorianos”, denuncia.
Os comunistas nos Açores reafirmam “a necessidade de um sério investimento na saúde, assegurando salários dignos, vínculos permanentes e justos direitos laborais, equipamentos e infraestruturas com manutenção regular e novos equipamentos”.
“Só assim será possível que os açorianos tenham médico de família, consultas de especialidade ou exames de diagnóstico”, alegam.
Ainda de acordo com a nota da DORAA, “todos diziam que perante o incêndio do HDES era necessário tomar medidas, mas o que se confirma é que as soluções encontradas são insuficientes e não reforçam nem defendem o SRS”.
O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, que deflagrou em 04 de maio e cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
LUSA/HN
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