“Não fazemos por intuição. Nós munimo-nos da especialidade técnica, científica, do saber de experiência feito dos profissionais que nos encaminharam para esta solução. Ela está fundada naqueles que sabem da matéria”, declarou José Manuel Bolieiro.
O líder do executivo dos Açores (PSD/CDS-PPP/PPM) falava aos jornalistas no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada, após a apresentação do hospital modular aos partidos, numa sessão que contou apenas com a presença de PSD, CDS-PP, PPM e Chega.
Quando questionado, Bolieiro admitiu que a construção daquele hospital modular, que pretende colmatar a inoperacionalidade do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) na sequência do incêndio de 04 de maio, é uma solução técnica antes de ser uma solução política.
“É uma solução técnica com a consolidação do compromisso político”, reforçou.
O presidente do Governo Regional adiantou que as urgências do hospital modular deverão abrir até final de agosto, assegurando que aquele edifício vai garantir uma “transitoriedade de excelência” enquanto decorrem as obras no HDES.
“Há um planeamento estratégico feito a longo prazo e uma opção de (…) termos excelência enquanto decorre um plano de funcionalidades para o hospital que, não sendo um novo hospital, terá características de hospital novo porque é o hospital mais importante dos Açores”, destacou.
Sobre o período de funcionamento previsto para o hospital modular, Bolieiro disse que vai estar dependente da elaboração do “plano de funcionalidades” do HDES.
O líder regional ressalvou, contudo, que a infraestrutura modular vai permitir à região “ter capacidade instalada para qualquer ocorrência”, mesmo após a finalização das obras no HDES.
“Até tem condições para ser definitiva [a infraestrutura modular]. A nossa opção é que será transitória para aquele hospital, mas que tem características de enorme e longa duração para outra utilização e para reforço da capacitação na ilha de São Miguel e nos Açores”, afirmou.
Bolieiro lamentou ainda a ausência de PS, BE, IL, PAN e BE na sessão: “prefiro saudar os que estiveram presentes, abertos a fazer parte das soluções e não apenas dos problemas”.
Após a apresentação, o líder do Chega alertou que “aquilo que é provisório nunca se poderá tornar definitivo”, insistindo na necessidade de requalificar o HDES.
“A solução [modular] é a possível. Acho que se podia ter menos estudo e mais ação. Temos de aprender a ser mais rápidos nas soluções”, avisou José Pacheco.
Em representação do PSD, a deputada Délia Melo destacou que o hospital modular é de “alta qualidade”, apesar de ser uma “solução transitória”, permitindo trazer para o “perímetro” do HDES “serviços que se encontram dispersos” pela ilha.
“Esperamos que depois de estar em funcionamento esta solução transitória do hospital modular se possa começar a pensar num plano de recuperação das listas de espera”, acrescentou a social-democrata.
Já Pedro Pinto, do CDS-PP, considerou que o hospital modular vai permitir “otimizar os serviços”, tratando-se da “melhor solução possível”.
O PPM não prestou declarações à comunicação social.
O incêndio que deflagrou em 04 de maio no hospital de Ponta Delgada, cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
Em 18 de junho, o Governo dos Açores revelou a intenção de ter o hospital modular a funcionar em agosto, um projeto que, no total, vai custar mais de 12 milhões de euros.
LUSA/HN
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