Em comunicado, a federação aponta para um funcionamento anormal do sistema de saúde português, exortando os médicos a apresentarem escusas de responsabilidade quando as condições de trabalho não forem adequadas.
Entre os problemas destacados pela FNAM estão a escassez de profissionais, resultando em equipas reduzidas, atrasos na contratação de especialistas, falta de material cirúrgico e problemas de esterilização. A federação menciona ainda casos de especialistas a atuarem fora das suas áreas de competência, como cirurgiões gerais a realizarem cesarianas.
Face a este cenário, a FNAM convocou uma greve nacional para os dias 24 e 25 de setembro. A federação exige negociações efetivas com o governo, salários justos e melhores condições laborais. Uma manifestação está marcada para as 15:00 do dia 24, em frente ao Ministério da Saúde, para a qual a FNAM convoca médicos, profissionais de saúde e utentes.
As reivindicações dos médicos incluem a valorização salarial, o retorno às 35 horas semanais de trabalho, limite de 12 horas nos serviços de urgência, reintegração do internato na carreira médica e a criação de um regime opcional de dedicação exclusiva. Adicionalmente, pedem o regresso aos 25 dias úteis de férias e o redimensionamento das listas de utentes dos médicos de família.
A FNAM sublinha que os médicos continuam sob pressão para realizar horas extras além dos limites legais, muitas vezes sem a devida compensação. A federação classifica a atual situação como resultado de uma “governação desastrosa” e apela à ação imediata para proteger tanto os profissionais de saúde como os utentes do SNS.
NR/HN/Lusa
0 Comments