Segundo Alexandre Lourenço (na imagem), até ao final de outubro devem abrir dois polos nos centros de Saúde da Fernão Magalhães, em Coimbra, e de Miranda do Corvo, que, entretanto, vai sofrer obras de remodelação, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Até ao final de 2024, pretendemos abrir mais duas unidades, perfazendo um total de cinco unidades diferenciadas inseridas nas várias comunidades de saúde e, sobretudo, em proximidade com os habitantes em áreas mais dispersas”, anunciou.
A Unidade de Feridas Complexas foi criada no Hospital João Crisóstomo, em Cantanhede, antes da criação da ULS de Coimbra, que abrangeu também aquela unidade hospitalar, tendo iniciado a atividade em fevereiro de 2023.
O presidente da ULS de Coimbra, que funciona desde 01 de janeiro de 2024, considerou que os novos espaços foram escolhidos pela sua localização estratégica, “colmatando a procura atual pelos cuidados de saúde diferenciados nesta área”.
“Desta forma, esperamos reduzir tempos de espera, facilitar o acesso a tratamentos diferenciados e, sobretudo, melhorar a qualidade de vida de utentes e famílias”, salientou.
Para Alexandre Lourenço, estas unidades também contribuem para uma maior integração de cuidados, promovendo a articulação entre cuidados de saúde primários e cuidados hospitalares e “reforçando o papel da ULS como impulsionador da descentralização de cuidados de saúde de qualidade na região”.
A Unidade vai funcionar em rede e com a implementação de referenciações hospitalares, quando necessário, estando focada “em oferecer cuidados que, por um lado, não são eficazes em contexto de cuidados primários, mas, por outro, não carecem de tratamento hospitalar”.
“Desta forma, será responsável por acompanhar utentes que beneficiam de um acompanhamento contínuo, tratamentos avançados e suporte especializado, contribuindo para a excelência dos serviços prestados pela ULS de Coimbra, que reforça o seu valor estratégico e o seu papel dentro do sistema de saúde”, sustentou Alexandre Lourenço.
A implementação dos novos polos conta com o apoio técnico da empresa de consultoria em saúde Nobox, que está a trabalhar no processo de inovação e gestão de mudança, depois de ter desenvolvido em conjunto com a ULS de Coimbra o projeto Integrar+, que selecionou um conjunto restrito de projetos para implementar naquela estrutura, entre eles o alargamento da Unidade de Feridas Complexas.
O enfermeiro Luís Claro, coordenador daquela que foi a primeira unidade do género a funcionar em Portugal no Serviço Nacional de Saúde (SNS) – de forma multidisciplinar e integrada com os cuidados de saúde primários e hospitalares – disse à agência Lusa que a equipa conseguiu, “em muitos casos, devolver a vida às pessoas”.
“Beneficiámos o núcleo familiar do utente, porque as dificuldades do dia a dia, desde os transportes, cuidados de higiene, ou até mesmo saídas de lazer, coisas normais que até então eram impossibilitadas pela própria ferida ou pelos tratamentos contínuos, deixaram de constituir um obstáculo e a qualidade de vida do doente melhorou significativamente”, sublinhou.
NR/HN/Lusa
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