O projeto visa promover a saúde mental junto da população idosa e os números alcançados até setembro, a cinco meses do seu termo, levam os promotores a antever a sua renovação por um novo período de 18 meses, disse à Lusa Ricardo Valente, gestor de projetos e psicólogo da Plataforma Saúde em Diálogo.
Com base na experiência de um projeto anterior de literacia em saúde, denominado Espaço Saúde 360 Algarve, foram identificadas necessidades junto da população idosa e criado o Projeto Saúde Mental 360 Algarve, que conta com 11 parceiros, entre associações, Instituições Particulares de Solidariedade Social e Misericórdias, contextualizou Ricardo Valente.
O projeto é financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo, com o apoio dos municípios de Faro, Loulé e Olhão.
“No projeto anterior, onde integrámos 800 pessoas e onde o impacto na qualidade de vida foi superior a 10%, nós identificámos, juntamente com os idosos e juntamente com os parceiros, uma necessidade que tinha a ver com a promoção da saúde mental na comunidade idosa”, contou o gestor da iniciativa algarvia.
Ao verificar que havia pessoas maiores de 65 anos em “situação de crise” devido a depressão, ansiedade ou outras perturbações, concluiu-se que havia “a necessidade de promover a saúde mental junto da comunidade idosa”, nomeadamente, a mais vulnerável”, precisou, frisando que havia “ausência de respostas sociais adaptadas” para esta faixa etária.
“Então, em parceria, nós, a Fundação Belmiro de Azevedo e os municípios [Faro, Loulé e Olhão] desenvolvemos um programa de prevenção e intervenção precoce em saúde mental nos idosos, ou seja, não só numa perspetiva remediativa, mas numa perspetiva mais preventiva, com particular incidência na depressão – que é, digamos assim, a problemática maior -, no declínio cognitivo – que acontece, portanto, com o envelhecimento -, e na prevenção do suicídio”, caracterizou.
Ricardo Valente frisou que também participa no projeto a Escola Nacional de Saúde Pública, “que está a avaliar o impacto da intervenção na qualidade de vida e bem-estar mental de cada um destes idosos”.
Pretende-se, “paulatinamente, combater o isolamento social, promover comportamentos promotores da saúde e autocuidado, promover a inclusão social e combater o estigma do idadismo e a discriminação associada, e promover, de certa forma, a coesão social e territorial”, observou.
A meta é “incrementar em pelo menos 10% uma das dimensões da qualidade de vida – física, psicológica, social ou ambiental – e 10% na escala de bem-estar mental na população intervencionada”, cujo número estimado de 200 atentes foi superado com mais 73 pessoas.
“Em setembro, temos 273 utentes, intervimos em três municípios, temos 11 parceiros, já desenvolvemos mais de 600 atividades e já fizemos mais de 500 atendimentos psicossociais”, quantificou, exemplificando que o apoio dado inclui sessões de estimulação cognitiva, de promoção de autocuidado e desenvolvimento de competências socioemocionais, mas também atividades física adaptada, ioga e ‘workshops’ de nutrição.
Ricardo Valente faz, assim, um balanço positivo do projeto, afirmando que “a adesão às atividades está a superar todas as expectativas” e que foram notadas melhorias nos utentes, que acabam por “transformar a sua vida” ao serem acompanhados em psicologicamente e com sessões de estimulação cognitiva, de promoção de competências socioemocionais e de autocuidado.
LUSA/HN
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