“Estamos a fazê-lo porque gostaríamos que o desenvolvimento de vacinas deixasse de estar focado no rendimento comercial e passasse a estar focado nas necessidades de saúde regionais e globais”, destacou Mateusz Hasso-Agopsowicz, especialista em vacinas da OMS, durante uma conferência de imprensa.
Este é “o primeiro esforço global para dar prioridade aos agentes patogénicos endémicos com base em critérios que incluem a carga regional de doença, o risco de resistência antimicrobiana e o impacto socioeconómico”, explicou a OMS, em comunicado.
O desenvolvimento de vacinas contra estes 17 agentes patogénicos encontra-se em diferentes fases, estando algumas ainda em fase de investigação, como a da hepatite C, enquanto outras estão perto de serem aprovadas pelas autoridades, para serem objeto de recomendação política ou ser introduzido nos mercados, como no caso do vírus da dengue.
Estas vacinas “reduziriam significativamente as doenças que hoje afetam fortemente as comunidades”, mas “também os custos médicos enfrentados pelas famílias e pelos sistemas de saúde”, sublinhou, citada no comunicado, Kate O’Brien, diretora do departamento de vacinação da OMS.
Nas suas escolhas, a OMS confirma prioridades de longa data para a investigação e desenvolvimento (I&D) em vacinas, nomeadamente contra o VIH, a malária e a tuberculose – três doenças que, coletivamente, matam quase 2,5 milhões de mortes todos os anos em todo o mundo.
A OMS chama ainda a atenção para agentes patogénicos como o estreptococo do grupo A, que causa infeções graves e é responsável por centenas de milhares de mortes todos os anos, sobretudo em países de baixo rendimento.
“Outro exemplo entre as novas prioridades é a Klebsiella pneumoniae, uma bactéria associada a 790 mil mortes em 2019 e responsável por 40% das mortes neonatais devido a infeções sanguíneas (septicemia) em países de baixo rendimento”, referiu a OMS na mesma note.
Hasso-Agopsowicz explicou que os 17 agentes patogénicos afetam principalmente os países de baixo rendimento.
“O que geralmente aconteceu no passado é que a investigação e o desenvolvimento de vacinas foram influenciados pela relação custo-eficácia das novas vacinas. Isto significa que as doenças que afetam gravemente as áreas de baixos rendimentos, infelizmente, recebem muito menos atenção”, frisou.
LUSA/HN
0 Comments