“O hospital está feito e agora vai começar a funcionar” logo “que as condições de segurança estejam completadas e o hospital possa abrir em plena segurança”, disse Basílio Horta (PS), acrescentando que “há pequenas coisas que estão a ser resolvidas” e recusando a “pressão para abrir o hospital de qualquer maneira, porque politicamente é importante abrir”.
“O hospital não é para politiquices”, “é para servir as pessoas e, portanto, abre quando houver condições para abrir”, salientou.
O autarca explicou que o município decidiu investir num novo hospital, não uma unidade central, porque “num raio de 15 quilómetros” existem dois hospitais centrais, mas uma unidade que alivie o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) da “enorme pressão” que tem, quando “foi construído para servir 200 mil pessoas” e “está com 500 mil” dos dois concelhos.
“Portanto, obviamente que tem que ter um apoio, tem que ter um alívio sobre a pressão das urgências, das consultas, enfim, tudo aquilo que faz parte de um hospital e, por isso, construímos o hospital”, justificou.
Além disso, continuou, a construção do hospital “nem sequer estava no Orçamento [do Estado]”, ao contrário, por exemplo, do hospital do Seixal, que “continua a estar, porque nem sequer saiu do papel”.
Para já, embora a previsão de abertura fosse em outubro, os trabalhos de conclusão da obra prosseguem.
Por isso, Basílio Horta recusou avançar com nova data, lembrando que quem tem de criar as condições “é a autoridade de saúde nacional” e “as entidades que têm que licenciar o hospital em conjunto com o Fernando Fonseca e com a Câmara de Sintra”.
“Está construído e vai abrir seguramente pronto. Isso é que é o mais importante, agora politiquice sobre o hospital, isso é um peditório para o qual não damos”, reforçou.
O também presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa salientou ainda que, após uma recente reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, ficou esclarecido que a nova unidade de Sintra será um “hospital público”, mesmo que o Governo decida criar uma nova Unidade Local de Saúde (ULS) de Sintra-Cascais.
No caso de criar uma nova ULS Sintra-Cascais, a juntar às existentes Amadora-Sintra e Cascais, o novo hospital de Sintra assumirá um “grande relevo”, uma vez que o atual Hospital de Cascais tem “gestão privada” por estar integrado numa parceria público-privada (PPP).
“Criando uma ULS Sintra-Cascais, o nosso hospital fica com uma relevância muito grande, porque vai trabalhar com o Hospital de Cascais e, obviamente, vai servir também a população de Sintra e vai ajudar a servir a população daquela região”, notou.
Basílio Horta notou ainda que o hospital foi pago pelos contribuintes sintrenses e, por isso, terá de ter uma gestão pública, o que “não tem nada a ver com ideologia”, mas “com os compromissos que se assumem”.
“Há um protocolo assinado na altura” pela câmara e pelos ministros da Saúde e das Finanças de que o hospital fará parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), recordou.
A nova unidade deverá “abrir com as urgências”, consultas e elementos de diagnóstico, na primeira fase, e depois os blocos operatórios e as 70 camas de cuidados continuados, ficando para uma terceira fase mais de 60 camas, com algumas de internamento, mas aí já da responsabilidade do Ministério da Saúde.
No entanto, admitiu o autarca, num investimento de 62 milhões de euros, “dos quais 58 milhões já estão pagos”, há sempre “pequenas coisas” para acabar, como algerozes, sistemas corta-fogo ou um quadro elétrico que precisa de ser reforçado, situações que competem ser verificadas pela autoridade de saúde e pela Proteção Civil.
Em outubro, o Ministério da Saúde confirmou que o Hospital de Proximidade de Sintra “vai estar integrado” na ULS Amadora-Sintra e não na futura ULS Cascais-Sintra, como indicava a proposta de Orçamento do Estado para 2025.
Fonte oficial confirmou que o Ministério da Saúde pretende criar uma nova ULS para os municípios de Cascais e de Sintra e, embora possa vir a juntar algumas freguesias dos dois concelhos, o hospital de proximidade de Sintra continuará como complemento do Hospital Fernando Fonseca e integrado na ULS Amadora-Sintra.
A eventual integração do novo hospital de Sintra na nova ULS Cascais-Sintra, em vez da ULS Amadora-Sintra, foi criticada por autarcas do Bloco de Esquerda e da CDU de Sintra, uma vez que o Hospital de Cascais está inserido numa PPP com o grupo espanhol Ribera Salud SA.
LUSA/HN
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