Para prevenir ou desacelerar esta perda de massa muscular é fundamental consumir alimentos ricos em proteínas de boa qualidade, que ajudam a “reconstruir” e “manter os músculos”, explicou em declarações à Lusa o nutricionista das residências Montepio de Lisboa e Vale do Tejo, que tem um lar privado onde 99,9% dos residentes são pessoas idosas, e membro do Conselho Geral da Ordem dos Nutricionistas.
A proteína ajuda na manutenção e recuperação da massa muscular e a Sociedade Europeia de Nutrição e Metabolismo (ESPEN) recomenda um consumo diário de pelo menos 1-1,2 gramas de proteína por quilograma de peso corporal para idosos saudáveis e até 1,5 g/kg para idosos doentes ou com sarcopenia (alteração metabólica do idoso), informou.
Em idosos doentes, como os que têm doenças crónicas ou estão em recuperação de uma cirurgia, a necessidade de proteína é ainda maior, sendo as refeições ligeiras pobres e insuficientes para suportar a recuperação ou preservar a massa muscular.
Além da proteína, outros nutrientes como hidratos de carbono, lípidos, vitaminas e minerais, são cruciais para manter o funcionamento do organismo e prevenir deficiências.
A vitamina D e cálcio são essenciais para a saúde óssea e prevenção de quedas, sendo boas fontes alimentos como laticínios, peixes gordos e ovos, enquanto os hidratos de carbono e gorduras garantem a energia necessária para as atividades do dia-a-dia.
As fibras e líquidos ajudam a prevenir a obstipação, um problema comum na idade avançada, e é essencial beber cerca de 1,5 litros de água por dia, frisou.
Para um envelhecimento saudável é preciso dar ao corpo os nutrientes necessários e, tal como na alimentação de um adulto é necessária proteína, animal ou vegetal, na de um idoso são precisos mais nutrientes que podem ser acrescentados à sopa que faz parte da dieta mediterrânea baseada em alimentos frescos como vegetais e cuja principal fonte de gordura é o azeite de oliva.
Opções de alimentação corretas para suprir necessidades desta fase de vida são as que também incluem nas refeições diárias alimentos ricos em proteínas, mas adaptados às dificuldades de mastigação e digestão frequentes no idoso, como adicionar carne ou peixe (bem cozido) desfiados à sopa de legumes ou leguminosas (como lentilhas ou grão-de-bico) trituradas.
Também os ovos, que são fáceis de mastigar e muito nutritivos, são opções práticas e proteicas, assim como incorporar queijos frescos, iogurtes ou leite ao pequeno-almoço e lanches.
A ingestão de líquidos (água, bebidas e nos alimentos) permite compensar perdas diárias por respiração, transpiração, urina e fezes, e previne efeitos adversos associados à desidratação, sendo as frutas e sopas alimentos com elevado teor de água.
A hidratação no idoso é também muito importante, de 1,5 litros (L) por dia de líquidos para mulheres idosas e de dois litros para homens de idade avançada, recomendações que podem variar devido a condições clínicas específicas, ressalvou.
Os valores não são iguais para todas as pessoas com mais idade, pois com o avançar da idade aparecem múltiplas patologias que podem condicionar a ingestão hídrica, como em idosos com patologia renal hemodialisados, onde a ingestão hídrica está muito bem delimitada.
Outro fator que pode condicionar a ingestão de líquidos na sua forma mais fina é a disfagia no idoso (dificuldade na deglutição) de líquidos e neste caso o nutricionista recomenda que sejam espessados para que possam ser ingeridos de forma segura e que haja um trabalho em conjunto com a terapia da fala.
lusa/HN
0 Comments