Síria: OMS salienta “momento crítico” do sistema de saúde que precisa reconstrução

29 de Janeiro 2025

O sistema de saúde sírio vive um momento crítico, avaliou hoje a representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Mediterrâneo Oriental, frisando que é preciso reconstruir os serviços de saúde.

“Estamos a trabalhar urgentemente para garantir o acesso a serviços de saúde essenciais de emergência, ao mesmo tempo que apoiamos as autoridades sanitárias nos seus esforços de recuperação e avançamos para a reconstrução de um sistema de saúde mais forte e mais resistente”, segundo Hanan Balkhy (na imagem), diretora regional do organismo, em conferência de imprensa no Cairo.

Sobre a situação atual, resultado da queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro passado depois de uma operação relâmpago de grupos rebeldes, Balkhy testemunhou “uma determinação inspiradora para um futuro melhor” durante a última visita que fez ao país.

A representante em exercício da OMS, Christina Bethke, acrescentou que o sistema de saúde sírio está num momento crítico, já que “só nos últimos dois meses” foram registados “77 ataques contra o sistema de saúde”.

Juntam-se ainda as “dificuldades enfrentadas pelos médicos e pelos doentes devido à falta de medicamentos e de recursos”, afirmou.

Para a representante, é prioritário o restabelecimento do sistema de saúde, mas lamentou que a falta de recursos e o subfinanciamento “ponham em risco” este objetivo a que a organização se propôs a “curto e longo prazo”.

Acerca de dificuldades sanitárias noutros países da região, Hanan Balkhy enumerou que “para responder às crises sanitárias urgentes em Gaza, na Síria, no Sudão e noutras regiões, são necessários 856 milhões de dólares”.

“O reforço da resiliência dos sistemas de saúde na região do Mediterrâneo Oriental é fundamental para garantir a estabilidade e evitar a propagação de crises sanitárias além-fronteiras”, defendeu.

Também foi manifestada preocupação com a retirada de financiamento e apoio por parte dos Estados Unidos, um dos seus maiores financiadores da OMS, uma semana depois do regresso de Donald Trump à Casa Branca.

Muito crítico do trabalho da OMS, o republicano já tinha anunciado a retirada dos norte-americanos da organização no final do seu primeiro mandato, durante o primeiro ano da pandemia da covid-19, uma decisão revertida pelo seu sucessor democrata Joe Biden assim que assumiu a presidência em 2021.

NR/HN/Lusa

 

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