Agência federal de saúde dos EUA envia e-mails a readmitir 180 funcionários

6 de Março 2025

Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), a principal agência de saúde pública dos Estados Unidos, disse que cerca de 180 funcionários que foram despedidos há duas semanas podem voltar ao trabalho.

De acordo com atuais e antigos funcionários do CDC, foram enviados e-mails na terça-feira a alguns funcionários estagiários dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças que receberam avisos de despedimento no mês passado.

O e-mail ao qual a Associated Press teve acesso, foi enviado com o assunto: “Leia este e-mail imediatamente”.

Dizia que “depois de mais análise e consideração”, a notificação de rescisão de 15 de fevereiro tinha sido anulada e o funcionário era autorizado a regressar ao trabalho.

“Deverá regressar ao trabalho de acordo com o seu anterior horário de trabalho”, acrescentava a mensagem, acrescentando que a organização pedia “desculpa por qualquer perturbação que possa ter causado.”

Cerca de 180 pessoas receberam e-mails de reintegração, de acordo com dois funcionários federais de saúde que foram informados sobre a contagem, mas não foram autorizados a discuti-la e falaram sob condição de anonimato.

Não se sabe ainda quantos dos funcionários readmitidos voltaram ao trabalho na quarta-feira.

Também não é claro se os funcionários serão poupados dos cortes generalizados de empregos que deverão ocorrer em breve em todas as agências governamentais.

O CDC é a mais recente agência federal a tentar persuadir os trabalhadores a regressar pouco depois de terem sido despedidos como parte da purga de redução de custos do Presidente Donald Trump e do bilionário Elon Musk.

Reversões semelhantes foram feitas entre funcionários responsáveis pela supervisão de dispositivos médicos, segurança alimentar, resposta à gripe aviária, armas nucleares e parques nacionais.

O CDC, com sede em Atlanta, está encarregado de proteger os americanos contra surtos e outras ameaças à saúde pública, antes da redução de postos de trabalho, a agência tinha cerca de 13 mil funcionários.

No mês passado, os funcionários da administração Trump disseram ao CDC que cerca de 1.300 dos funcionários em regime de estágio da agência seriam despedidos.

Esse número rapidamente sofreu uma alteração, uma vez que o número de pessoas que efetivamente receberam avisos de despedimento acabou por ser entre 700 a 750.

Com mais 180 pessoas a serem informadas de que podem regressar, o número real de funcionários dos CDC despedidos até agora parece rondar os 550, mas os funcionários federais da área da saúde não confirmaram quaisquer pormenores.

No mês passado, o secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., prometeu “transparência radical” no departamento, mas os funcionários não forneceram detalhes sobre as mudanças de pessoal do CDC e não responderam aos pedidos enviados por correio eletrónico na terça e quarta-feira.

Um porta-voz da agência, Andrew Nixon, disse anteriormente apenas que o CDC tinha mais funcionários a tempo inteiro após os cortes de empregos do que antes da pandemia covid-19.

O senador americano Raphael Warnock comemorou as reintegrações, mas disse que não é suficiente.

“O anúncio de hoje é um alívio bem-vindo, mas até que todos os funcionários despedidos do CDC sejam repostos, a saúde pública e a segurança nacional do nosso país continuarão a estar em risco”, afirmou Warnock, um democrata da Geórgia, numa declaração.

NR/HN/Lusa

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