“Hoje, um escritório do CICV em Rafah foi danificado por um projétil explosivo, apesar de estar claramente identificado e tenha sido notificado a todas as partes”, disse a organização, em comunicado.
“Felizmente, nenhum membro da equipa ficou ferido neste incidente, mas isto tem um impacto direto na capacidade do CICV de operar”, alertou a direção da organização, adiantando “lamentar profundamente o ataque às suas instalações”.
Já hoje, o Crescente Vermelho, que faz parte do sistema do CICV, tinha informado que quatro das suas ambulâncias, transportando 12 membros da organização, alguns dos quais feridos, estão desaparecidas há 30 horas no sul de Gaza depois de terem sido cercadas pelas tropas israelitas enquanto resgatavam palestinianos feridos.
A organização adiantou que os trabalhadores do Crescente Vermelho foram, na madrugada de domingo, à zona de Hashashin, em Rafah, para ajudar vítimas de um bombardeamento israelita, após o qual as tropas israelitas iniciaram uma incursão terrestre na zona.
Nesse momento, “o contacto foi completamente perdido e o seu paradeiro permanece desconhecido há aproximadamente 30 horas”, referiu a organização, manifestando “profunda preocupação” com a segurança da sua equipa.
O Crescente Vermelho acusou as autoridades israelitas de serem “totalmente responsáveis pelo destino dos membros da equipa” e lembrou que “os ataques contra profissionais de saúde constituem uma violação grave do direito internacional humanitário e uma violação da Convenção de Genebra”.
Israel rompeu o cessar-fogo em Gaza na terça-feira, 18 de março, e desde então os ataques israelitas já causaram mais de 600 mortos e mais de mil feridos.
Estes ataques interromperam uma trégua entre o grupo radical palestiniano Hamas e Israel iniciada em 19 de janeiro, ao fim de mais de 15 meses de ofensiva, e ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.
O número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023, superou no fim de semana os 50 mil, na sequência dos últimos bombardeamentos israelitas no enclave palestiniano, segundo dados fornecidos pelas autoridades locais.
NR/HN/Lusa
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