Dos 127 enfermeiros escalados, 102 aderiram à greve no turno da manhã, adiantou à Lusa Marco Aniceto, da Direção Regional de Lisboa do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e dirigente sindical no Hospital de Vila Franca de Xira.
Em concretos, adiantou, regista-se uma adesão total dos enfermeiros do bloco operatório, da urgência e da maioria dos internamentos (cirurgia, ortopedia, medicina).
“O serviço de bloco operatório está encerrado, só está a funcionar a sala de emergência. Todas as cirurgias programadas foram reagendadas ou, se não foram reagendadas, a administração tinha o dever de as reagendar”, aponta o sindicalista.
No serviço de consultas, “só existe uma enfermeira a dar apoio”, prevendo-se também “grandes constrangimentos”, antecipa, acrescentando que, apesar de contestados, “estão ser cumpridos os serviços mínimos” no serviço de internamento.
A adesão registada revela um forte descontentamento dos enfermeiros”, que reivindicam, entre outras coisas, a contabilização de todos os pontos para efeitos de progressão, independentemente do mês de entrada; a contratação de mais enfermeiros; a aplicação da semana de 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros.
O SEP enviou um pedido de reunião ao conselho de administração do Hospital Vila Franca de Xira já este ano, mas ainda não obteve resposta.
“Nem na sequência da marcação da greve houve uma tentativa do conselho de administração de prevenir o acontecimento da greve”, critica Marco Aniceto.
A Lusa tentou contactar a administração do Hospital de Vila Franca de Xira, mas sem sucesso até ao momento.
No comunicado enviado a propósito da greve, que só terminará à meia-noite de hoje, o SEP recorda que “a recusa do conselho de administração e dos sucessivos governos em contabilizar os pontos para efeitos de progressão de todos os anos trabalhados aos enfermeiros provocou um sentimento de desvalorização e de injustiça, levando a que muitos (…) abandonassem a instituição”.
Segundo o sindicato, o Hospital de Vila Franca de Xira é “a única ex-PPP [Parceria Público-Privada] no país sem a situação regularizada”.
NR/HN/Lusa
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