A decisão da ULS da Lezíria prevê que o SAC de Coruche funcione apenas aos fins de semana, entre as 09:00 e as 19:00, “sem garantia de pleno funcionamento”, situação que a autarquia diz ter sido tomada “de forma unilateral”, sem auscultação prévia do município.
“A Câmara Municipal de Coruche não aceita esta decisão de encerramento de um serviço que é indispensável para o nosso concelho e para a nossa população. Trata-se de uma decisão unilateral, tomada pela ULS da Lezíria”, considera a autarquia, em comunicado.
Em moção aprovada por unanimidade em reunião do executivo na terça-feira, a Câmara de Coruche sublinha que o concelho tem vindo, desde 2020, a reivindicar a reposição do SAP, encerrado naquele ano, e que chegou a ser informada da possibilidade de reativação do horário noturno, hipótese que nunca se concretizou.
A autarquia recorda que o concelho tem uma área superior a 1.115 quilómetros quadrados, com zonas a mais de 70 quilómetros do hospital de referência, em Santarém, defendendo que a ausência de serviços de proximidade como o SAP e o SAC penaliza a população, especialmente a mais envelhecida e isolada.
“Tratando-se de um serviço de proximidade a uma população envelhecida e isolada que carece de cuidados médicos, constitui-se uma necessidade efetiva e urgente a reposição do normal funcionamento do nosso Serviço de Atendimento Permanente, sendo inadmissível o encerramento do SAC durante os dias úteis”, defende a autarquia.
O município exige esclarecimentos ao Governo sobre os critérios que levaram à redução do funcionamento do SAC, bem como o reforço urgente de médicos de família na Unidade de Saúde Familiar (USF) do Vale do Sorraia, onde, segundo a autarquia, há atualmente 6.844 utentes sem médico atribuído.
“Já solicitámos uma audiência, com caráter de urgência, à (…) ministra da Saúde e à Unidade Local de Saúde da Lezíria, com o objetivo de serem encontradas soluções para a situação da saúde no concelho”, lê-se no comunicado.
A Câmara de Coruche solicita, ainda, incentivos à fixação de médicos em zonas carenciadas e reclama a criação de um Serviço de Urgência Básica (SUB) no concelho, “de forma a garantir uma resposta intermédia de cuidados de saúde primários”.
A moção vai ser enviada ao Governo, à ministra da Saúde, aos grupos parlamentares, à ARS de Lisboa e Vale do Tejo, à ULS da Lezíria e à USF do Vale do Sorraia.
NR/HN/Lusa
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