A primeira fase do projeto-piloto “Hospital no Domicílio Sénior” entra em funcionamento no próximo dia 01 de junho e abrange cerca de 500 utentes de nove Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas dos concelhos de Alcobaça, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Pombal e Porto de Mós, no distrito de Leiria, e Ourém, no distrito de Santarém.
O presidente da ULS de Leiria, Manuel Carvalho, explica que o objetivo é “melhorar a qualidade de atendimento a este tipo de utentes e ao mesmo tempo aliviar os constrangimentos das urgências de certos tipos de doentes”.
Segundo este responsável, 6.700 utentes que vão à urgência são de lares. “Enquanto uma urgência normal demora entre 10 a 12 horas, entre chegada à urgência, ter os meios complementares na urgência, o diagnóstico e a alta, estes doentes demoram dois dias, portanto, 48 horas ou mais”, precisou.
Manuel Carvalho sublinhou que esta afluência tem custos para o Estado e acarreta “sobre-infeções para os utentes, para os que vão dos lares e para aqueles que lá estão”, assim como uma “sobrecarga para os profissionais de saúde”.
O presidente da ULS explicou que esta maior demora na prestação de cuidados prende-se com a tipologia das doenças dos utentes e com a sua fragilidade e dependência.
Com este projeto, o hospital disponibiliza uma equipa de um médico e dois enfermeiros que estão disponíveis entre as 09:00 e as 16:00 para responder aos contactos dos lares.
“Não lhe chamemos via verde, mas uma consultadoria. A enfermeira, o diretor técnico, um responsável ou a assistente operacional tem um doente com febre. Liga para o médico, ele faz um certo tipo de questionário e à distância pode dizer que é para ir ao hospital” ou para dar medicação e reavaliar no dia seguinte.
O hospital de Leiria tem agora um quarto dedicado para os doentes dos lares que necessitem de atendimento na urgência, após referenciação através deste projeto, evitando, assim que fiquem várias horas na urgência geral.
Outra componente deste projeto é a formação que será ministrada aos funcionários dos lares, para que estejam melhor preparados para responder a situações de saúde dos utentes, em áreas específicas da infeção ou risco de queda. “As duas principais causas destes idosos irem à urgência são as infeções respiratórias e as quedas”, revelou Manuel Carvalho.
O projeto, que está a ser desenvolvido em parceria com os Centros Distritais da Segurança Social de Leiria e também de Santarém, faz uma utilização mais eficiente dos recursos humanos e técnicos disponíveis, apontou Manuel Carvalho.
Segundo o diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Leiria, João Paulo Pedrosa, o projeto será monitorizado daqui a três meses, estendendo-se depois às instituições que dão resposta a utentes com deficiência.
À medida que o “Hospital no Domicílio Sénior” se vai implementando junto das instituições sociais, as respostas vão sendo alargadas.
lusa/HN
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