Timor-Leste finaliza plano contra a raiva após reaparecimento de doença no país

3 de Junho 2025

As autoridades de Timor-Leste, parceiros de cooperação e a Organização Mundial de Saúde finalizaram hoje o plano para a gestão da raiva, depois do seu reaparecimento no país em 2024 ter provocado a morte a quatro pessoas.

“Até 30 de maio perderam-se quatro vidas devido à raiva – três em Oecussi e uma em Ermera. Cada uma destas mortes trágicas, evitáveis, é um alerta que não podemos ignorar”, afirmou o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS), Arvind Mathur.

O responsável falava num encontro de alto nível que juntou representantes dos ministérios da Saúde e da Agricultura, bem como outros parceiros de cooperação, para finalizar o Plano Estratégico Nacional para a Gestão da Raiva em Timor-Leste.

“Timor-Leste foi, em tempos, um país livre da raiva, mas hoje enfrentamos um surto progressivo. Ainda assim, aquele estatuto pode ser recuperado: porque a raiva é 100% evitável. Mas só se agirmos agora, com decisão e em conjunto”, disse Arvind Mathur.

As autoridades timorenses notificaram, em março de 2024, a OMS da morte de uma jovem de 19 anos após ter sido mordida por um cão com raiva no enclave de Oecussi, situado na parte indonésia da ilha de Timor.

Desde então, a OMS, com o apoio do Governo australiano, tem fornecido vacinas e imunoglobulina, formado profissionais de saúde e realizado campanhas para ensinar crianças e adultos a protegerem-se.

O plano, hoje concluído, é um roteiro para a prevenção, vigilância e controlo da raiva, integrando esforços nos setores da saúde humana, saúde animal e ambiente.

“Esta é a essência da abordagem Uma Só Saúde, onde veterinários que acompanham campanhas de vacinação, epidemiologistas que mapeiam surtos e técnicos ambientais que enfrentam as causas de fundo devem trabalhar como uma única equipa”, acrescentou o responsável da OMS.

O vice-ministro do Fortalecimento Institucional da Saúde, José dos Reis Magno, destacou a necessidade urgente de uma abordagem integrada e salientou que o plano deve ser “implementado dentro das comunidades nos municípios”.

NR/HN/Lusa

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