A análise é da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Santa Maria da Feira, que, apoiando a FAS Portugal – Federação das Associações de Dadores de Sangue na organização do evento, refere que a iniciativa nessa cidade do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto assinala o Dia Mundial do Dador e marca o 37.º convívio nacional e o 31.º internacional desses beneméritos.
O programa prevê uma concentração no Monumento ao Dador de Sangue, junto ao Hospital São Sebastião, e, segundo revela à Lusa o presidente da associação da Feira, incluirá também uma “homenagem aos dadores que, ao longo da sua vida, já realizaram 100 ou mais dádivas de sangue”.
Para Albano Dias Santos, essa é assim “uma forma de agradecer a quem sempre teve cuidado com os outros e um espírito cívico e humano, de preocupação com a sociedade em geral”, o que é ainda mais relevante considerando que, “de 2010 para cá, as dádivas têm estado constantemente a baixar”.
Um dos temas em reflexão no encontro será, por isso, a necessidade de apelar a mais recolhas e de cativar novos dadores, já que “não está a haver renovação das pessoas que, por atingirem o limite da idade, não podem dar mais sangue”.
Albano Dias Santos garante: “As reservas nos hospitais estariam com melhores níveis se os jovens portugueses também começassem a fazer dádivas. Os adultos com 50 ou 60 são quem colabora mais e até dão sangue com regularidade – de três em três meses no caso dos homens e de quatro em quatro no das mulheres – mas os jovens não têm consciência de que o sistema só funciona se eles vierem substituir as pessoas que deixam de poder fazer dádivas”.
Nesse contexto, a associação da Feira – que em 2024 recebeu 6.112 colheitas efetivas, graças às colheitas que realiza todas as quartas e sextas à tarde – adianta que tem contactado todas as escolas desse concelho e de municípios limítrofes a propor formação específica nesta área, mas lamenta a quase total falta de respostas.
“Somos nós a assegurar a formação, para criar nos jovens a consciência o que está em causa e os envolver nisto, mas as escolas não nos querem receber e, na maioria dos casos, nem sequer nos dão resposta”, afirma.
Realçando que o encontro de sábado está aberto a todos os interessados em participar, obrigando apenas a inscrição prévia e ao pagamento do almoço no caso de esses quererem acompanhar o programa integral, Albano Dias Santos apela, portanto, a que todos os cidadãos em boa condição de saúde avaliem se podem contribuir para a causa e, em caso afirmativo, dediquem algumas horas do ano às dádivas.
“Para se ser dador, só é preciso ter entre 18 e 65 anos, seguir hábitos de vida saudáveis e pesar mais de 50 quilos”, diz o presidente da associação. “Depois, se tiver dormido bem e se sentir saudável, no dia da colheita só tem que hidratar-se bastante e aparecer com o Cartão de Cidadão num dos pontos de recolha mais próximos do seu local de residência, onde será visto por um médico e acompanhado por bons profissionais”, conclui.
lusa/HN
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