Venda de carros novos na UE cai 52,3% em maio

17 de Junho 2020

 A venda de carros novos na UE caiu 52,3% em maio, menos do que em abril, na sequência da reabertura dos concessionários em muitos países, indicam dados oficiais publicados esta quarta-feira.

O número de automóveis novos matriculados na UE tinha diminuído 55,1% em março e 76,3% em abril, durante o confinamento instaurado na maioria dos países para travar a propagação da Covid-19.

As entregas do grupo Renault (com Dacia, Lada e Alpine) caíram 52,5% e as do grupo PSA (Peugeot, Citroën, Opel/Vauxhall, DS) 56,4%, anunciou a Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA), em comunicado.

No total, apenas 581.161 automóveis novos de passageiros foram postos em circulação nas estradas da UE, no último mês, contra 1.217.259 em maio de 2019.

Espanha sofreu a maior queda (-72,7%), enquanto França (-50,3%), Itália (-49,6%) e Alemanha (-49,5%) beneficiaram do início do processo de desconfinamento.

Em Portugal, os operadores registaram 7.579 automóveis no mês passado, menos 71,6% face ao período homólogo, enquanto nos primeiros cinco meses do ano o número de veículos colocados em circulação retrocedeu 46,8%, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), divulgados em 01 de junho.

O setor está entre os mais afetados pela pandemia, que levou ao encerramento de fábricas e à supressão de postos de trabalho.

Na terça-feira, o construtor britânico Jaguar Land Rover anunciou que vai suprimir 1.100 empregos no Reino Unido, após uma perda antes de impostos de 500 milhões de libras esterlinas (cerca de 557 milhões de euros) no primeiro trimestre.

O fabricante de carros de luxo Bentley indicou, no início deste mês, a supressão de mil postos de trabalho.

A Renault vai eliminar 15 mil postos de trabalho em todo o mundo, 4.600 dos quais em França, afirmou o construtor automóvel francês no final de maio.

O diretor do Centro de Pesquisa Automóvel, Ferdinand Dudenhöffer, referiu que a produção de veículos na Alemanha deverá diminuir este ano 26%, caindo para 3,4 milhões de unidades, a mais baixa dos últimos 44 anos.

De acordo com o especialista do setor, as quebras nas vendas poderão levar à perda de 100 mil postos de trabalho no país.

LUSA/HN

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