Brasil e Argentina na África do Sul para aprender a fazer vacinas mRNA

26 de Março 2022

Dois produtores de vacinas do Brasil e da Argentina foram os primeiros a receber formação da sul-africana Afrigen para produzir vacinas ARN (mRNA, na sigla em inglês), anunciou a organização Medicines Patent Pool.

“A tecnologia de mRNA é um campo enorme para explorar; a transferência de tecnologia permitirá às empresas produzir vacinas não só para a covid-19, mas também para a gripe e outros vírus respiratórios”, disse a gerente de projetos da empresa argentina Sinergium Biotech, Germán Sánchez Alberti.

De acordo com o comunicado de umas das organizações envolvidas na iniciativa Medicines Patent Pool, citado pela agência espanhola de notícias, a Efe, a empresa argentina e o Instituto de Tecnologia Bio-Manguinhos, que integra a Fundação Osvaldo Cruz, do Ministério da Saúde do Brasil, são os parceiros latino-americanos do projeto impulsionado pela Organização Panamericana para a Saúde e a Organização Mundial da Saúde para produzir este tipo de vacinas na região.

A formação às duas companhias sul-americanas teve lugar de 7 a 9 de março, e desenvolveu-se no centro de investigação sobre o mRNA, que é gerido por um consórcio que inclui a fabricante sul-africana de vacinas Biova, a Afrigen Biologics e o Conselho Sul-africano de Investigação Médica.

“O benefício desta capacitação é enorme; permite aos países desenvolverem e produzirem as suas próprias vacinas de mRNA e administrá-las onde forem mais necessárias”, disse o diretor de investigação e desenvolvimento da Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis.

As vacinas mRNA são diferentes das tradicionais porque introduzem moléculas de ácido ribonucleico, que contêm instruções com as quais o corpo humano pode produzir o vírus e o anticorpo que o neutraliza.

As vacinas desenvolvidas pela Moderna e pela Pfizer-BioNTech são baseadas nesta tecnologia e têm elevadas taxas de eficácia contra o vírus da Covid-19.

LUSA/HN

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