Britânicos antecipam saída do Algarve com receio de quarentena

2 de Setembro 2020

O representante da Associação da Hotelaria de Portugal (AHT) no Algarve disse esta quarta-feira que “há clientes britânicos a antecipar” a saída de unidades hoteleiras, devido à incerteza do fecho […]

O representante da Associação da Hotelaria de Portugal (AHT) no Algarve disse esta quarta-feira que “há clientes britânicos a antecipar” a saída de unidades hoteleiras, devido à incerteza do fecho do corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal.

“A notícia de um possível fecho do corredor aéreo já está a causar bastante preocupação, nomeadamente nos clientes que estão neste momento no Algarve, com alguns a pedir para antecipar o seu regresso a Inglaterra”, disse à agência Lusa o dirigente associativo João Soares.

O dirigente regional da associação que representa mais de 60% dos hoteleiros nacionais, adiantou que, além da antecipação de saídas, existem também cancelamentos de reservas: “Neste momento, esse cancelamento tem já um número considerável”.

João Soares afirmou que os hoteleiros estão a olhar para a situação com muita preocupação, considerando que uma decisão britânica de repor a obrigatoriedade de quarentena à chegada a território britânico, proveniente de Portugal, devido à pandemia de Covid-19, “não faz grande sentido, porque o Algarve cumpre os rácios de contaminações e é a região menos afetada pelos contágios”.

O dirigente associativo defende que deveria ser dado “um tratamento diferenciado para o Algarve, porque a região não deve ser penalizada pelo rácio de contágio existente noutras zonas do país”.

“Dependemos em grande parte do mercado britânico que tem um impacto substancialmente grande no mês de setembro”, sublinhou João Soares, acrescentando que os hoteleiros estão muito preocupados, até porque foi pedido às empresas associadas para que funcionassem durante o mês de setembro”.

O também diretor do Hotel Dom José Beach, em Quarteira, reforçou a preocupação dos associados da AHP “dada a iminência de ter que ser dado um passo atrás naquilo que foi conquistado numa região que cumpre com aquilo que é devido quanto ao número de casos” de Covid-19.

Por seu turno, o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) disse à agência Lusa que, “por enquanto, ainda não há registo” de turistas britânicos que estejam a regressar ao seu país por força das notícias que apontam para uma possível decisão do Governo do Reino Unido de repor a obrigatoriedade de quarentena à chegada a território britânico.

“O que se pode dizer é que isso não é uma boa notícia e, a verificar-se, trará avultados prejuízos para a região e o país”, afirmou o presidente da AHETA, Elidérico Viegas, sublinhando que o “mercado britânico é estratégico e prioritário para a região, representa mais de um terço das dormidas e dos turistas e, em receitas, representa mais porque a despesa ‘per capita’ é mais elevada que a média” dos visitantes de outros países.

Os hotéis e empreendimentos turísticos algarvios “esperam vivamente é que a imprensa britânica esteja enganada desta vez”, acrescentou Elidérico Viegas, frisando que “não é a primeira vez que isso aconteceria”.

O presidente da AHETA defendeu que “não faz sentido considerar Portugal como um todo como destino inseguro quando, em boa verdade, o Algarve teve muito poucos infetados por 100 mil habitantes” e regista um valor de “pouco mais de dois por 100 mil habitantes”, que “cumpre os critérios europeus” para ser um destino considerado seguro.

“Penalizar as regiões como o Algarve porque a zonas de Lisboa e do Porto têm um número de infetados superior parece-me um bocadinho – não é um bocadinho, é muito – injusto. E não apenas para nós, mas para os próprios turistas britânicos” que querem visitar a região, disse ainda o presidente da AHETA.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Brasil ultrapassa as 3.000 mortes por dengue este ano

O Brasil, que enfrenta a pior epidemia de dengue da sua história, registou este ano um recorde de 3.039 mortes pela doença, quase o triplo do número registado em todo o ano de 2023, indicaram sexta-feirafontes oficiais.

Desafios e oportunidades na publicação científica

Durante a sessão “Revista Medicina Interna: o que é que um editor quer ver publicado”, moderada por Rui Tato Marinho e que teve como palestrantes José Mariz e Helena Donato, José Mariz, editor-chefe da Revista Medicina Interna, ofereceu insights valiosos sobre os objetivos e desafios enfrentados na publicação científica.

Desafios e dilemas em fim de vida em debate

No âmbito do 30.º CNMI, Sara Vieira Silva apresentou uma palestra sobre os desafios e dilemas enfrentados no cuidado de doentes em fim de vida, com foco no projeto “Bem Cuidar em Fim de Vida – Experiência Hospitalar Universitária”.

Novas evidências sobre a doença vascular cerebral

“Doença Vascular Cerebral: novas evidências, novos paradigmas” foi o tema de umas das sessões do 30.º CNMI, onde abordou especificamente o tema “FOP quando e como pesquisar, melhor estratégia terapêutica”.

O fundamental da doença hepática

No palco do 30.º CNMI, Filipe Nery liderou uma sessão crucial sobre um tema desafiador: a coagulação no doente com cirrose hepática. A sua palestra abordou a complexidade da fisiologia e patofisiologia da coagulação nesses doentes.

30.º CNMI destaca a importância do rastreio nutricional hospitalar

Ricardo Marinho foi palestrante da sessão intitulada “Risco nutricional a nível hospitalar: como reconhecer e orientar”, e moderada por Aníbal Marinho. Nesta sessão, o especialista destacou a importância crucial do rastreio nutricional em ambiente hospitalar, especialmente no contexto da Medicina Interna, e delineou estratégias para identificar e orientar adequadamente os doentes em risco.

Medicina de precisão VS Medicina Baseada na Evidência

No 30.º CNMI, José Delgado Alves destacou-se como palestrante na sessão “Medicina de precisão VS Medicina baseada na evidência”, moderada por Carlos Carneiro. A sessão teve como objetivo explorar a integração de diversas abordagens médicas, ressaltando que a prática da Medicina não se pode basear numa única perspetiva.

Quais os desafios e soluções em Geriatria?

Mariana Alves teve a oportunidade de apresentar uma sessão dedicada aos princípios básicos das unidades de Ortogeriatria, dentro do tema mais amplo “Desafios e soluções em Geriatria: da urgência ao ambulatório”.

Atualizações em Doenças das Vias Aéreas

Na sessão dedicada à atualização em doenças das vias aéreas, Adelina Amorim proporcionou uma análise abrangente e detalhada sobre as bronquiectasias, destacando os últimos avanços na compreensão e tratamento desta condição pulmonar crónica.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights