Ministro anuncia que nova lei da saúde mental vai ser apresentada quinta-feira no parlamento

10 de Outubro 2022

A nova lei da saúde mental vai ser apresentada na quinta-feira no parlamento, anunciou esta segunda-feira o ministro da Saúde, afirmando que a nova legislação vem consolidar “uma tradição humanista e progressista” nesta matéria.

“Com esta nova lei vamos dar um passo mais além e vamos manter Portugal na liderança dessa visão sobre os doentes de saúde mental”, cuja “dignidade e cujos direitos humanos não podem ser questionáveis de nenhuma forma e em nenhum momento”, disse Manuel Pizarro na conferência “Tornar a saúde mental e o bem-estar uma prioridade global”, que decorre hoje em Lisboa e assinala o Dia Mundial da Saúde Mental.

O ministro da Saúde avançou que a nova lei será apresentada no plenário da Assembleia da República na próxima quinta-feira e que é o resultado do trabalho de um grupo de especialistas.

Segundo o ministro, a nova lei “vem consolidar uma tradição humanista e progressista da legislação portuguesa em matéria de saúde mental”.

Sublinhou que a lei que ainda está em vigor, do final dos anos 90, foi já na altura, e permanece ainda hoje, “como uma lei de pendor profundamente humanista, valorizando a dignidade das pessoas que sofrem de patologias da saúde mental”.

“Pode ser apenas simbólico, mas o desaparecimento do conceito ou a substituição do conceito de internamento compulsivo pelo conceito de internamento voluntário, se é apenas simbólico, é um símbolo muito correto, de uma atitude de respeito pelo ser humano na sua globalidade”, afirmou o governante na conferência organizada pela Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental (CNPSM).

À margem da conferência, o coordenador nacional das Políticas de Saúde Mental, Miguel Xavier, explicou que a nova lei tem “fundamentalmente a ver com a questão dos direitos humanos”, reforçando os princípios que já estavam na lei há 20 anos.

“É preciso nós percebermos que a lei de há 20 anos não é uma lei que tenha caído em desuso, muito pelo contrário, é uma ótima lei, foi muitíssimo bem feita”, ressalvou o psiquiatra.

O que se passa, esclareceu, é que, desde há 20 anos, surgiram novos elementos, novas recomendações internacionais e novos compromissos que Portugal assumiu e que ratificou em termos internacionais e esses compromissos têm de ser incorporados na lei”, mas os princípios e a filosofia geral são os mesmos.

Segundo o psiquiatra, a lei “avança um pouco” em termos do cumprimento de direitos humanos no campo das diretivas antecipadas, na gestão de património, do maior acompanhado.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

México apreende mais de 400 mil doses de fentanil em Jalisco

O México apreendeu hoje mais de 400.000 comprimidos de fentanil e seis toneladas de material químico para produzir esta droga sintética, a escassas semanas de Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos.

ONU alerta para aumento da fome no Sudão

A fome instalou-se em cinco novas regiões do Sudão devastado pela guerra, segundo um relatório publicado hoje pelo sistema de Classificação das Fases da Segurança Alimentar (IPC) utilizado pelas agências das Nações Unidas.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights