Uganda afirma que o surto de Ébola ainda não atingiu a capital Kampala

15 de Outubro 2022

As autoridades ugandesas disseram esta semana que o surto de Ébola, que matou 19 pessoas no país, não tinha chegado a Kampala, apesar de um casal ter testado positivo ao vírus na capital.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) registou 58 casos positivos confirmados da febre hemorrágica no Uganda, desde que as autoridades declararam um surto em 20 de setembro no distrito de Mubende, cerca de 150 quilómetros a oeste da capital.

Apenas um caso fatal foi registado em Kampala, um homem de 45 anos que fugiu de Mubende, após a morte de um parente, e que procurou a ajuda de um curandeiro, antes de viajar para a capital, onde morreu.

Além disso, as autoridades sanitárias ugandesas disseram na quinta-feira que a mulher do defunto tinha dado positivo no teste do Ébola, após dar à luz numa clínica em Kampala, uma cidade de 1,5 milhões de pessoas.

Apesar dos dois casos, a ministra da Saúde, Jane Ruth Aceng, disse que Kampala ainda estava livre de casos, argumentando que o casal em questão estava exposto ao vírus em Mubende.

“Quero deixar bem claro que isto não significa que haja Ébola em Kampala”, disse a ministra aos jornalistas na quinta-feira.

“Os casos que já estavam listados em Mubende continuam a ser casos de Mubende. Kampala gere os seus próprios casos, que têm origem em Kampala, não podemos chamar-lhe um caso de Kampala”, insistiu.

As autoridades sanitárias não têm comentários sobre o estado do recém-nascido, cuja mãe, que ainda está viva, testou positivo.

Os trabalhadores da saúde que assistiram ao parto estão sob observação em isolamento numa unidade do principal hospital de Kampala, onde permanecerão durante 21 dias, disse a ministra.

A transmissão humana dá-se através de fluidos corporais, sendo os principais sintomas a febre, vómitos, hemorragia e diarreia. As pessoas infetadas só se tornam contagiosas após o início dos sintomas, depois de um período de incubação de dois a 21 dias.

Os surtos são difíceis de conter, especialmente em áreas urbanas.

O Presidente Yoweri Museveni ordenou na quarta-feira aos curandeiros tradicionais que parassem de tratar os doentes para impedir a propagação do Ébola. Também ordenou aos agentes de segurança que prendessem todas as pessoas suspeitas de terem contraído a febre hemorrágica, caso se recusassem a isolar-se.

O país da África Oriental tem sofrido vários surtos de Ébola, o último dos quais em 2019.

Não existe atualmente vacina contra a estirpe Sudão, que está atualmente em circulação no Uganda.

A OMS anunciou na quarta-feira que os ensaios clínicos de vacinas contra esta estirpe de Ébola poderiam começar “nas próximas semanas” no Uganda.

NR/HN/LUSA

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