O ministro da Saúde italiano, Orazio Schillaci, “está a avaliar a possibilidade de tornar os testes obrigatórios para todos os viajantes que cheguem da China”, revelou o ministério em comunicado.
O ministro também está “em contacto (…) com as autoridades competentes de outros Estados-membros da União Europeia (UE) para definir estratégias comuns”.
“A vigilância e prevenção, através da sequenciação, são fundamentais para identificar atempadamente possíveis novas variantes que possam suscitar preocupações e que nesta fase não estão a circular em Itália”, referiu o ministério, na mesma nota informativa.
A região da Lombardia, onde se situa o aeroporto internacional de Malpensa, em Milão, já decidiu “submeter a teste molecular (…) todos os viajantes e tripulantes provenientes da China”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano no seu ‘site’ dedicado aos viajantes.
Em Itália, a saúde é uma área de competência das autoridades regionais, e cada uma delas pode portanto tomar medidas diferentes.
Em 2020, a Lombardia foi a primeira região da Europa a entrar em confinamento para conter a pandemia do novo coronavírus responsável pela Covid-19 e vive ainda com o trauma pelo choque da primeira vaga de casos, altamente mortal.
“Esta disposição entra em vigor imediatamente e até 30 de janeiro de 2023, salvo reavaliação da situação epidemiológica”, lê-se no aviso publicado no ‘site’ do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O Japão também anunciou hoje que vai restabelecer os testes obrigatórios para viajantes oriundos da China continental a partir desta sexta-feira.
A ilha de Taiwan, que a China afirma como parte do seu território, também anunciou que vai realizar controlos em viajantes que cheguem do território continental chinês
O fim abrupto da política chinesa de “zero covid” está a suscitar preocupações em vários países, incluindo os Estados Unidos, que estão a considerar restrições de entrada aos viajantes chineses, uma vez que a China enfrenta atualmente a maior vaga de infeções do mundo, amplificada pelo aparecimento de novas variantes.
As autoridades chinesas puseram termo à maioria das medidas contra a Covid-19 sem aviso prévio em 07 de dezembro, no meio de crescente exasperação pública e de enorme impacto na economia após três anos de restrições.
A falta de transparência em relação ao número de contágios, que as autoridades deixaram de publicar diariamente e dizem ser difícil de contabilizar já que os testes deixaram de ser obrigatórios, causa também apreensão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já se manifestou, na semana passada, “seriamente preocupada” com a vaga de novos casos de Covid-19 na China, e pediu a Pequim maior transparência para poder enfrentar futuras pandemias.
A Covid-19 é uma doença respiratória infeciosa causada pelo SARS-CoV-2, detetado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo.
LUSA/HN
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